A escrita foi inventada pelos sumérios por volta de 3200 a.C. No começo, os escribas usavam centenas de sinais complexos para reproduzir sons, ideias ou ações. Primeiramente, surgiu o cuneiforme da Mesopotâmia e, depois, os hieróglifos do Egito.
O alfabeto só veio 1.400 anos após a invenção da escrita. Antes disso, os sinais gráficos eram predominantemente silábicos. Por exemplo, em sumeriano, a expressão “cesto de junco” era escrita com dois sinais que se liam gir-gu. Se estivéssemos falando de um “grande cesto de junco”, teríamos gir-gu-da. E assim por diante.
A invenção do alfabeto não se deve aos fenícios nem à elite cultural, mas, sim, aos operários que escavavam minas de cobre e turquesa na península do Sinai. Por serem iletrados e não conseguirem escrever na complexa forma dos faraós, eles simplificaram o processo, inventando um conjunto de sinais, que se tornaria a forma mais primitiva do que hoje chamamos de alfabeto.
Todos os alfabetos do mundo (latino, árabe, russo, siríaco, grego e até mesmo hebraico) derivam daquele inventado no Sinai. A falta de domínio das grafias, combinada com uma vida distante do mundo cultural antigo, libertou aqueles homens do convencional, possibilitando um jeito novo de escrita.
Por serem de Canaã, não só simplificaram o processo, como também possibilitaram que dialetos locais tivessem uma versão escrita. Aqui entra Moisés. Em sua fuga para o deserto, a península do Sinai fez parte de sua rota e se tornou sua morada enquanto pastoreava ovelhas no Horebe.
Moisés provavelmente tenha entrado em contato com a escrita do Sinai e a utilizou para escrever os livros ordenados por Deus. Veja a providência divina. As demais formas de escrita, cuneiforme e hieroglífica, com o tempo caíram em desuso, e ninguém mais conseguia ler seu conteúdo.
Somente no século 19, Henry Rawlinson e François Champollion conseguiram decifrar os antigos códigos, possibilitando a leitura. Se Moisés não tivesse adotado esse jeito simples e novo de escrita, preferindo o que aprendera nas escolas do Egito, teríamos que esperar até 1822 – ano em que Champollion decifrou os hieróglifos – para ler qualquer sentença do livro do Gênesis. Como é bom ver Deus agindo na história!