O inverno gelado diminuiu. Bulbos de açafrão empurravam pequenas pontas verdes em direção ao sol. Dias depois, botõezinhos malhados de roxo e branco nos saudavam. Então, o sol aqueceu a temperatura o suficiente para que as flores se abrissem como taças. Abelhas zumbiam em torno de estames amarelos, coletando pólen. As flores de puro branco brilhavam à luz do sol. Naquela tarde, enquanto o sol se punha no horizonte, eu estava em uma janela admirando o rosa pintando o céu e pontos roxos no canteiro de flores. As pétalas de açafrão haviam se fechado em botões cilíndricos apertados.
Na manhã seguinte, as flores ainda estavam fechadas como botões apertados. “Obrigada, Deus”, sussurrei, “pela beleza da primavera”.
As flores voltarão a se abrir quando o sol as aquecer, pareceu-me ouvir. O açafrão é como Meus filhos que não Me conhecem. Eles abrirão o coração para o calor do amor.
Fiquei pensando nesse paralelo. Um verso de um poema de Edgar Guest me veio à mente: “Prefiro ver um sermão a ouvir um algum dia.” Algumas pessoas entendem mal o caráter de Deus. Alguns têm a impressão de que Deus é um grande valentão que busca evidências de condenação. O relacionamento deles com o pai – ou outra autoridade – os fez sentir-se indignos de amor. Eles não conseguem entender o amor divino. É aí que entram os seguidores de Cristo. Quando abro meu coração para ver alguém como um filho precioso e querido de Deus, quando demonstro aceitação a um indivíduo que se condena; quando trato uma pessoa com respeito, mesmo quando seu comportamento não inspira respeito, quando elas sentem o calor do amor divino fluindo de um ser humano, podem começar a abrir o coração ao amor de Deus.
Mais tarde, naquele dia, o sol apareceu. A temperatura aumentou. As flores roxas e brancas abriram e exibiram sua beleza. Querido Deus, eu orei, plante Seu amor em mim. Viva Seu amor por meio de mim. Aqueça algumas pessoas em dificuldades hoje por intermédio de mim para que elas possam começar a abrir o coração para Ti.
{ Helen Heavirland }