Tendo incluído em Suas palavras de despedida aos discípulos a promessa de Sua vinda, o Mestre continuou consolando-os com a garantia de lhes enviar o Espírito Santo, o “outro Consolador”, a fim de que estivesse para sempre com eles (v. 16). Reafirmou a promessa de Sua vinda e falou de Sua manifestação, por intermédio do Espírito Santo, na vida de todos quantos O amarem e aceitarem. Nesse ponto do discurso, tendo ainda em mente a esperada manifestação do Messias para aqueles dias, quando supostamente destruiria o poder governamental que dominava sobre a nação judaica, Judas, “não o Iscariotes” (v. 22), quis entender melhor o que Jesus havia acabado de dizer. O Mestre deixou claro que não seria o evento aguardado pela nação, mas ocorreria individualmente na vida do cristão.
“Se alguém Me ama, guardará a Minha Palavra, e Meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14:23). Evidentemente, isso requer nossa disposição em abrir à Divindade a porta de nosso coração, diariamente. Então, “o encanto de uma mente mais forte e mais perfeita pairará sobre nós, pois temos ligação viva com a fonte de poder duradouro. Em nossa vida religiosa seremos levados em cativeiro a Jesus Cristo. Não mais viveremos a comum vida de egoísmo, mas Cristo viverá em nós” (Ellen White, Parábolas de Jesus, p. 61). Essa experiência caracteriza nosso crescimento em santificação.
É preciso ter em mente que Cristo não deseja ser apenas um visitante em nossa vida. Ele quer ter a chave de nosso coração, entrar, e nele fazer morada. Deseja se apossar dele, limpar cada recanto, remover o lixo e reeducar hábitos e gostos. “Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei” (Ap 3:20).
Lembre-se de que a imagem bíblica do coração refere-se à mente, que é onde acontecem as batalhas espirituais. É o centro da consciência. Usando-a, refletimos, percebemos, pensamos, aprendemos, amamos, odiamos, memorizamos, comunicamo-nos com Deus, analisamos e decidimos. Por isso, o inimigo vale-se de suas estratégias para assumir o controle da mente, que deve estar inteiramente nas mãos de Deus.
A fim de vivermos a beleza do cristianismo, o que mais necessitamos é o pulsar da vida de Cristo em nosso coração, o pensar e agir Dele em nós. Cada novo dia é uma graciosa oportunidade para abrirmos a porta do coração e recebê-Lo.