Em 1667, um aluno brilhante da Universidade de Altdorf, na Alemanha, surpreendeu a todos ao obter seu doutorado com apenas 21 anos. Seu nome era Gottfried W. Leibniz, reconhecido como o filósofo mais genial de seu tempo. Autodidata, aos oito anos aprendeu sozinho grego e latim; aos 15, possuía um vasto conhecimento em filosofia, moral e teologia escolástica. Para completar, estudou Direito, Matemática e enunciou o cálculo diferencial a partir de seu invento “a máquina de fazer operações”.
Sua lista de realizações é enorme, contudo, o que nos interessa agora é sua perplexidade diante dos intelectuais que punham em dúvida a existência de Deus. A opressão da igreja e as tolas justificativas para o sofrimento humano levaram muitos a declarar: “Se Deus existe, por certo não está aqui.”
Foi então que Leibniz propôs uma lista de argumentos a favor da justiça de Deus, Sua existência e Seu governo neste mundo. A isso chamou de “teodiceia”, uma palavra inventada por ele a partir de termos gregos que literalmente significa “justificar a Deus”. Com o passar do tempo, “teodi-
ceia” adquiriu um sentido próprio, aplicando-se a toda tentativa racional de abordar a existência e a ação de Deus no Universo.
Além dele, houve outros pensadores que também procuraram argumentar sobre a existência de Deus: Aristóteles, Descartes, Pascal e Newton. Mas não se trata de “provar Deus”. O Senhor não é objeto de pesquisa que possa ser “testado” em laboratório. Como afirma a Bíblia, “é necessário
que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que recompensa os que O buscam” (Hb 11:6). Por isso, filósofos como Kasper preferem chamar esses indícios de “convites argumentados à fé”.
E sabe qual é o argumento mais poderoso de todos? A sua conversão. A transformação de uma vida que atribui sua mudança à graça de Deus evidencia a ação de um Ser superior capaz de promover a cura para a alma. Uma vida regenerada é uma evidência tão forte de Deus que os céticos podem rejeitar, mas não refutar. Já pensou que privilégio? Você pode ser o argumento de Deus para alguém que ainda duvida.