Sexta-feira
18 de abril
A REALEZA DE JESUS
Por cima da cabeça de Jesus puseram por escrito a acusação contra Ele: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus.” Mateus 27:37

Ao decretar a morte de Cristo, Pilatos O acusou de ser o rei dos judeus. Os sacerdotes pediram para que mudasse a sentença para “Ele disse: Sou o rei dos judeus” a fim de que ficasse claro que não reconheciam Sua realeza. Pilatos apenas respondeu de modo lacônico: “O que escrevi escrevi” (Jo 19:22), e a frase não foi alterada.

O objeto da discórdia era uma tabuleta de madeira comumente usada pelos romanos, onde se escrevia a condenação de um preso, para que todos soubessem qual crime ele tinha cometido. A sentença era escrita com giz para que a tabuleta fosse reaproveitada, e quem ficava encarregado disso era o tabellarius, um funcionário imperial que também deveria colocar a tábua no pescoço do condenado. Da palavra tabellarius vem o termo tabelião, que usamos até hoje para nos referirmos ao responsável por atos jurídicos em um cartório. Originalmente, o tabelião era o que escrevia a sentença em uma tábua acusatória.

Vem de João o detalhe de que a tabuleta foi ordenada por Pilatos ou, quem sabe, escrita diretamente por ele. O fato de ela ter sido colocada no alto da cruz, e não no pescoço de Cristo, pode ser um indicativo de que o governador romano queria humilhar os sacerdotes que o tinham forçado publicamente a crucificar Jesus, mesmo contra sua vontade e contra os insistentes pedidos de sua esposa. Esse episódio é contado pelos quatro evangelistas, e cada um oferece um detalhe a mais.

Marcos diz apenas que uma inscrição acusatória foi feita com os dizeres “O Rei dos Judeus”. Mateus acrescenta que ela foi colocada na cruz logo acima da cabeça de Cristo, e Lucas revela que foi escrita em três idiomas: latim, hebraico e grego, ou seja, nas principais línguas, para que todos entendessem o que estava escrito. Jerusalém estava repleta de peregrinos vindos de todas as partes do império por causa da festa da Páscoa, e foi justamente em meio à celebração da liberdade que Jesus entregou Sua vida por nós.

Ora, se até mesmo um homem pagão como Pilatos reconheceu, ainda que inconscientemente, a realeza de Cristo, não deveríamos nós, que dizemos ser Seus súditos, fazer o mesmo com mais fervor e devoção? O Rei dos judeus é também o Rei de sua vida?