Jesus revolucionou o mundo, mas não da maneira como Seus contemporâneos esperavam. Muitas pessoas ainda esperam o Jesus da revolução social. Já imaginou Jesus organizando uma revolução armada visando à tomada do poder político? Eu não. Consegue vê-Lo propondo um golpe de Estado? Também não. Seria estranho encontrar em Jesus a atitude típica de Barrabás, não é? Logo Ele que declarou categoricamente: “Meu Reino não é deste mundo!” Logo Ele que ensinou os discípulos a pagar impostos e a se submeter ao imperador! Ele ensinou: “Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22:21).
Justamente por causa disso, Judas achou que Jesus vacilava em não usar o poder que tinha para implantar uma nova ordem social. Sendo assim, Judas bolou um plano para fazer Jesus reagir. “É hora de dar um basta!”, ele pensou. Veja no que deu! Desandou. Assim como Barrabás, Judas era um revolucionário pronto a combater. Jesus não. Não era esse tipo de luta que propunha. A mensagem e a atitude de Jesus transformaram o mundo, mas a filosofia e o método ensinados por Cristo não agradaram os revolucionários beligerantes de Seu tempo tampouco os do nosso. Ainda assim, Ele fez e faz a diferença. Analise, por exemplo, os efeitos do movimento pacifista representado por Martin Luther King Jr. em favor dos direitos civis, nos Estados Unidos, em contraste com os métodos de Malcolm X. Considere em cada caso a abordagem e os resultados. Qual deles se aproxima do estilo de Jesus? Tire as próprias conclusões.
Não são o fervor, o visionarismo e o dinamismo que definem quem é um cristão engajado, mas a disposição humilde e firme para obedecer aos ensinos do Mestre e seguir o exemplo que Ele deixou. Qualquer movimento religioso ou ideológico requer fervor, visão, estratégia e ação. No entanto, só o cristianismo puro e verdadeiro submete tudo isso ao ideal do amor desinteressado expresso na vida do Salvador. Por isso, Paulo, o apóstolo da fé e da coragem, não lutou por um reino terrestre, mas pela pátria celestial (Hb 11:16). Essa luta transforma a nossa vida aqui, mas não se limita a ela. Essa é a revolução de Jesus.