Segunda-feira
22 de maio
Abandono
Senhor, eu não tenho ninguém para me pôr no tanque quando a água se mexe. João 5:7

O versículo de hoje retrata a resposta que o paralítico de Betesda deu a Jesus depois de ouvir a pergunta óbvia: “Você quer ficar curado?” Sem saber que estava diante da majestade do universo, o pobre homem reclamou do abandono de sua família e amigos.

Depois de 38 anos sofrendo de uma doença paralisante, esse homem sem nome estava jogado à beira de um tanque de ilusões. A crendice popular dizia que, de vez em quando, um anjo descia e agitava as águas de uma piscina, e o sortudo que caísse primeiro receberia a cura que desejava.

O abandono dele era completo. A sociedade não o incluía, a religião o condenava, a família não o acompanhava, e os amigos se esqueceram dele. Além disso, ele estava abandonado a uma forma de crença ilusória que não podia, em hipótese alguma, resolver seu problema, mas que, em realidade, aumentava sua frustração e desespero.

Aquele lugar estava cheio de doentes em estado semelhante ao dele. Alguns, porém, tinham algo a mais: a presença de familiares ou amigos que minimizavam o desespero. Nosso pobre amigo estava completamente sozinho.

Jesus estava por ali e resolveu se encontrar com o solitário doente. Ele achou o paralítico e perguntou sobre o desejo da cura. A resposta revela mais do que solidão. Ele poderia ter pedido ao desconhecido com que falava para, num ato de misericórdia, esperar as águas serem agitadas e ajudá-lo a descer. Ele nem cogitou essa hipótese.

Para o paralítico, ninguém seria capaz de demonstrar amor por ele. Não se sentia merecedor disso e, no fundo, por conta dos pecados que cometera na vida, carregava um enorme fardo de culpa que o deixava ainda mais paralisado.

Existe muita gente abandonada hoje em dia. Doentes, pobres e marginalizados são alguns dos grupos que não recebem a atenção da sociedade, que valoriza apenas fama, riqueza, beleza e vigor. Ricos, belos e poderosos, em geral, vivem cercados de gente que os adula e quer se beneficiar também de alguma forma. Parece que “amar” o limpinho, bonitinho e arrumadinho é bem mais fácil que estar ao lado de quem ficou jogado pelos caminhos da vida.

É terrível que essa seja a realidade, mas Jesus reverte essa situação de abandono e dispensa amor e atenção a pessoas assim. Que tal não “abandonar” Jesus nessa missão e juntar-se a Ele, amando as pessoas e cuidando delas?