Na vida espiritual, não há nada pior que a falta de autenticidade e compromisso. Não dá para cantar na igreja de manhã e frequentar a balada de noite. Não dá para meditar na Palavra de Deus ao acordar e gastar tempo com leituras ou imagens impróprias antes de dormir. Não dá para bendizer as obras de Deus com a mesma língua que usamos para amaldiçoar a vida daqueles que odiamos, sabendo que, apesar de tudo, Deus os ama. Isso gera uma dissonância cognitiva que o inimigo de Deus usará para nos derrubar.
Foi isso o que ocorreu com Pedro. O ponto fraco dele era o amor exagerado à pátria. Pedro era uma pessoa disposta a combater ainda que tivesse que usar as armas. No Getsêmani, ele sacou a espada para defender Jesus dos guardas do templo e dos soldados romanos. Pedro era incapaz de entender que a missão de Cristo não era livrar a nação judaica do domínio romano, mas libertar o mundo inteiro da escravidão do pecado. Isso fez dele um instrumento do mal para tentar desviar Jesus da vontade de Deus.
É assim que nos tornamos pedra de tropeço: quando o amor que temos por nossas ideias supera o amor a Deus; quando nossa mornidão se torna uma censura àqueles que são mais fervorosos que nós; quando usamos experiência, títulos, prestígio e oportunidades para, de maneira dissimulada, desfazer de quem discorda de nós, mesmo sabendo que, no fundo, poderiam estar certos. Comportamo-nos como “agentes duplos”: combatemos aqueles que deveríamos considerar aliados, da mesma forma como Pedro se opôs a Jesus em vez de se submeter e se unir a Ele.
Conta-se que certo homem de meia-idade tinha duas mulheres: uma jovem e outra bem mais velha. Quando estava com a jovem, ela arrancava os cabelos brancos dele, para que parecesse ter menos idade. Quando, porém, estava com a mais velha, ela lhe arrancava os cabelos pretos, para que ele aparentasse ser mais velho. Como resultado, o homem ficou careca! O fundo moral dessa parábola também pode ser aplicado a nós: Nenhum cristão verdadeiro deve manter uma vida dupla. Pedro demorou, mas entendeu isso. Ele finalmente se arrependeu e se entregou de corpo e alma ao Salvador. E você? O que fará?