Domingo
02 de julho
Ajudante
Peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Lucas 10:2

O desafio de evangelizar aquela comunidade era muito grande. Em minha oração, pedia que Deus enviasse mais pessoas para ajudar. Era sábado à tarde, e dentro do carro, com um amigo, eu olhava para o lugar em que planejávamos armar a tenda de pregação. De repente, o susto: “É você que que está querendo fazer umas pregações aqui?”, perguntava de forma ríspida um homem forte, com os olhos arregalados e vermelhos, denunciando uma embriaguez costumeira. “Sou… sou eu mesmo”, eu disse, tentando esconder o medo e a vontade de falar que não tinha nada que ver com aquela história de evangelismo.

“Eu vou ajudar você”, ele falou mais alto ainda. Alívio. Porém, meu pensamento era: “O que um bêbado poderia fazer em um evangelismo, a não ser atrapalhar as reuniões, espantando as pessoas de bem?” O nome dele é Antônio, mas todo mundo o chama de Toinho. Isso eu descobri na semana seguinte quando a tenda chegou ao bairro, e ele, com seu incrível espírito de liderança, convocou toda a comunidade para nos ajudar a montar o que seria a igreja na Baixa da Olaria, durante quase seis meses.

Toinho contribuiu para que a prefeitura nos cedesse a pequena escola, bem ao lado da tenda, como ponto de pregação para as crianças. Ele ainda montou toda a estrutura elétrica e, durante o evangelismo, liderou a equipe de logística, composta pelos meninos do bairro, que era responsável por montar e desmontar todas as noites o som e os demais itens de nossa igreja sem paredes e com teto de lona.

Durante três meses, preguei praticamente todos os dias naquele lugar e vi muitas pessoas tomarem decisões ao lado de Deus. No final da primeira série de pregações, já havíamos batizado quase 40 pessoas. Porém, uma coisa me incomodava muito.

Embora realmente estivesse ajudando, Toinho sentava-se nas últimas cadeiras e estava quase sempre bêbado. Eu fazia apelos, às vezes em lágrimas, em todas as pregações, mas ele não tomava a decisão.

Ao visitá-lo antes do último batismo do ano, fui direto: “Toinho, Deus está chamando você para liderar esse nova comunidade.” Ele brincou comigo: “Você é um chorão mesmo! Eu aceito Jesus como meu Senhor e Salvador.” Desde seu batismo, meu grande amigo Toinho tem sido o líder da vibrante igreja de Cachoeira II, na Bahia. Ele foi a incrível resposta à minha oração por mais ajudantes no evangelismo. Hoje, oro para que você também decida ser um trabalhador na obra de Deus.