Há algum tempo, entrei em contato com a história da polonesa Irena Sendler. Ela ficou conhecida durante a Segunda Guerra Mundial como “o anjo do gueto de Varsóvia”, onde trabalhava como enfermeira.

A situação dos judeus tocou o coração de Irena. Ela não aguentou ficar sem fazer algo. Como não poderia salvar os adultos, resolveu trabalhar com as crianças. Ela convencia as mães judias a entregarem seus filhos para que famílias não judias cuidassem deles até o fim da guerra. Se fosse descoberta, Irena poderia ser executada sumariamente pelos nazistas. Mesmo assim, ela começou a tirar crianças do gueto.

Inicialmente, as retirava em ambulâncias sob a desculpa de tratar o tifo, doença comum na época. Mas, depois, ela precisou usar outros métodos. Uma das crianças, um bebê de alguns meses, foi retirada do gueto dentro de uma caixa de talheres.

Irena manteve um registro fiel dos locais para onde havia enviado cada criança. Em 20 de outubro de 1943, foi presa e brutalmente torturada. A Gestapo queria saber os nomes das famílias que estavam abrigando as crianças judias. Ela resistiu bravamente aos maus-tratos.

Quando chegou ao local de sua execução, um homem do exército alemão, de quem ela nunca soube a identidade, a levou para um corredor ao lado do pavilhão e a libertou. Irena correu o mais rápido que pôde com seus pés enfaixados devido às torturas.

Quando terminou a guerra, ela constatou que todas as famílias das crianças salvas tinham morrido. Irena Sendler salvou da morte mais de 2.500 crianças. Ela explicou: “A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade.”

Por não se omitir de ajudar quem precisava, mesmo sob risco de morte, hoje existem mais de 2.500 linhagens de famílias como fruto do esforço de Irena Sendler. Se ela tivesse adiado sua ajuda para não sair da sua zona de conforto ou não correr riscos, milhares de pessoas teriam perdido a vida.

Imagine se Cristo tivesse adiado Seu compromisso de nos salvar. Todos nós somos tentados a ajudar alguém “amanhã”. Porém, Deus espera que façamos algo hoje. Se estiver ao seu alcance, viva essa realidade e imite as ações de Cristo.