Na década de 1960, o mundo ocidental passou por uma ruptura econômica, cultural, social e moral, levando as gerações seguintes a vivenciar novas formas de pensar e agir. Antes disso, a sociedade se inspirava nos líderes e em alguns referenciais de autoridade, devido às qualidades dessas figuras humanas. Acima de todos, estava a figura de Deus como objeto de reverência e respeito. Mas, depois dessa época, as pessoas perderam seus referenciais e passaram a ter o próprio indivíduo como alvo de imitação e desejo.
Assim, nesse esquema em que o indivíduo está acima de tudo, todos os referenciais perdem importância. A rejeição a Deus deixa um espaço vazio que as pessoas tentam preencher com outra pessoa, consigo mesmas ou com as coisas materiais.
A partir de então, fica mais evidente que é preciso competir, é preciso ter mais, é preciso ser melhor – ideias absolutamente opostas a todo princípio bíblico de realização, serviço e grandeza. A competição deve dar lugar à cooperação e ao serviço, como o Mestre ensinou: “E quem quiser ser o primeiro entre vocês, que seja servo de vocês” (Mt 20:27, NAA).
Dizer-se cristão, dentro dessa realidade, pode não fazer a mínima diferença, pois esse contexto de desejos distorcidos não isenta ninguém das armadilhas atuais. Todos são vítimas em potencial. Diante dessa situação, para ser cristão verdadeiro, a única saída é abrir mão do eu e do impulso materialista.
O verso de hoje nos apresenta o segredo para que nossos desejos saudáveis sejam atendidos: “Deleite-se no Senhor”! Quando nossa mente estiver em contato com a mente de Deus, quando nosso prazer estiver naquilo que Lhe agrada, Ele satisfará os desejos de nosso coração. É preciso voluntariamente ansiar por Deus, desejá-Lo, querer mais Dele e receber mais de Suas bênçãos.