Terça-feira
29 de julho
Amada
De longe o Senhor lhe apareceu, dizendo: “Com amor eterno Eu a amei; por isso, com bondade a atraí.” Jeremias 31:3

Sou extremamente organizada e é por isso que não entrei em pânico ao pegar meu voo.

Na hora e meia seguinte, antes da decolagem, eu colocaria as coisas no carro, dirigiria, estacionaria, iria até o terminal, despacharia a bagagem, passaria pela fila de segurança e ainda teria tempo para um ou dois e-mails. Essa era a rotina. Mas, quando desci as escadas do meu prédio e entrei no estacionamento, meu mundo desabou. Tinha uma vaga vazia, e eu lembrava que era onde eu havia deixado meu carro. Um caroço do tamanho de uma mão fechada abriu caminho até a minha garganta quando pensei: o passe de estacionamento. Eu tinha me esquecido de colocá-lo de volta no espelho depois de limpar o carro na noite anterior. Meu carro tinha sido rebocado! O mundo parecia estar desabando sobre a minha cabeça! No meio do caos e das lágrimas, liguei para a única pessoa que sempre soube consertar as coisas… meu pai.

Eu não iria conseguir. Perderia minhas reuniões. A ordem foi substituída pelo caos, e a rotina, pelo medo. Eu estava com muita raiva de mim mesma por causa daquele descuido. Além disso, estava morrendo de medo de decepcionar as pessoas que esperavam por mim no meu destino. Antes que eu me desse conta, um caminhão que eu conhecia muito bem virou a esquina e veio em minha direção. Reconheci as mãos fi rmes no volante e o rosto calmo do homem que sempre esteve ali: minha rocha, meu mundo, meu pai.

Ele não fez nenhuma reclamação. Não pôs o dedo no meu rosto nem franziu a testa. Não havia decepção em seu tom de voz. Apenas disse: “Vamos.”

Sua calma escondia sua determinação de me levar até o aeroporto. Não havia sinais de pânico nele, ao menos eu não detectei nada. E, com aquele olhar, um olhar do que estava por vir, deixei que ele carregasse o peso do que eu estava sentindo. Deixei que ele levasse o fardo, a dúvida e a preocupação.

Eu consegui chegar? Claro. Então me lembrei do meu Deus. Se esse homem enorme podia largar tudo cada vez que sua fi lha precisasse dele, com o que acredito ser um amor imensurável, você pode imaginar o quanto mais nosso Pai celestial nos ama? Até onde Ele iria para nos dizer: “Estou aqui. Fique tranquila. Vamos”?

Érica Jones