Por muito tempo, os filisteus foram o povo mais poderoso de Canaã, os únicos capazes de produzir armas de ferro. Eles eram inimigos notórios dos hebreus e só desapareceram no 6o século a.C. Mas você sabia que os filisteus não eram originalmente um povo cananeu?
Escavações feitas em Asquelom, uma grande cidade filisteia, reforçaram a suspeita de que eles teriam vindo da Grécia. Foram encontrados 210 conjuntos de restos mortais, datados dos tempos bíblicos, em câmaras funerárias, contendo perfume, comida, joias e armas. A decoração era muito semelhante à da antiga Fenícia, atual Líbano, o que confirma a relação entre os filisteus e as cidades de Tiro e Sidom (cf. Jr 47:4).
Há muito suspeitava-se que os costumes e a religião dos filisteus não eram típicos de Canaã. Sua cerâmica, mesmo fabricada localmente, era similar à encontrada em Micenas e no mar Egeu, onde se assentaram os primeiros gregos. Além disso, a análise do DNA recolhido das ossadas
mostrou que eles teriam vindo de algum ponto ao sul da Europa, mais especificamente da Grécia. Isso confirma a informação bíblica de que os filisteus vieram de Caftor, que muitos pensam ser a ilha grega de Creta. Em Amós 9:7 lemos: “Filhos de Israel, não é verdade que vocês são para Mim como os filhos dos etíopes? […] Não é fato que Eu tirei Israel da terra do Egito, os filisteus de Caftor […]?”
Esse versículo traz uma importante verdade sobre Deus: Seu amor pelos que não faziam parte do povo eleito. Israel tornou sua eleição motivo de soberba e exclusivismo. Então, Deus, para mostrar que não era bem assim, comparou o êxodo dos hebreus à migração filisteia: “Israel, você pensa que é melhor do que outros povos diante de Mim? É verdade que tirei você do Egito, mas com o mesmo cuidado também dirigi a migração dos filisteus.”
Fazer parte do povo eleito é, sem dúvida, um privilégio que demanda a responsabilidade de pregar a verdade. Porém, nunca se esqueça das palavras de Cristo: “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco” (Jo 10:16). Você pode pertencer ao povo eleito, mas grande parte do povo de Deus ainda está lá fora. Amá-los e reconhecer neles uma sincera comunhão com Deus é o primeiro passo para qualquer forma de evangelização.