Sábado
04 de março
AME O SEU INIMIGO
Amem os seus inimigos. Mateus 5:44

Certo dia, Jesus ensinou: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo.’ Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para demonstrarem que são filhos do Pai de vocês, que está nos Céus. Porque Ele faz o Seu sol nascer sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. […] Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês, que está no Céu” (Mt 5:43-45, 48).

O Mestre não estava contradizendo a lei e os profetas, isto é, o Antigo Testamento, mas a tradição dos judeus. Quando Ele Se referia ao Antigo Testamento, usava a expressão “está escrito” (Mt 4:4, 7, 10; 11:10; 21:13; Jo 12:14). Porém, nesse discurso, por seis vezes Ele emprega a frase “foi dito” (Mt 5:21, 27, 31, 33, 38, 43). Essa era uma referência à tradição oral, que pretendia ser um comentário correto da orientação do Antigo Testamento, mas estava equivocada em muitos aspectos.

Jesus nos manda amar nossos inimigos com o amor ágape. Nesse caso, envolve escolha, e não afeto. Ele não nos manda gostar do inimigo como gostamos de um familiar ou de um amigo querido. Sua ordem é que o tratemos com humanidade e bondade, não tentando revidar o mal que ele nos fez. Em nossas relações com o inimigo, devemos considerá-lo como alguém por quem Cristo morreu e, assim como nós, um candidato ao reino de Deus.

A expressão “sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês, que está no Céu” (Mt 5:48), a qual finaliza essa seção do ensino de Jesus, pode gerar equívocos. O assunto que Ele vinha tratando não se referia à perfeição, mas ao amor. Nesse discurso, Jesus não ensinou que seremos isentos de pecado nesta vida. Pelo contrário, iremos continuar tendo fome e sede de justiça, e esses anseios serão plenamente satisfeitos apenas quando estivermos em Seu reino de glória (Mt 5:6). Ele também nos ensinou a orar: “Perdoa-nos as nossas dívidas” (Mt 6:12), porque enquanto aqui estivermos seremos imperfeitos e precisaremos de Seu perdão.

O apelo que Jesus nos faz neste dia é para amarmos não apenas os bons, mas também os maus – como Deus, nosso Pai, o faz (Lc 6:35, 36).