Sábado
16 de novembro
Amigo animal
Então disse Deus: “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a Terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão.” Gênesis 1:26

Cha-Chen é uma aldeia localizada às margens do Lago Erbai, no Sudoeste da China. O lugar vive escondido sob neblina permanente, pois está a dois mil metros de altitude. Ali vive uma das minorias étnicas chinesas, os Pai, que têm na pesca, sua principal atividade econômica e de subsistência. O que chama a atenção para os pescadores do Lago Erbai é sua técnica. Nada de anzóis, nem redes, nem iscas ou armadilhas. Eles usam cormorões amestrados. Esses pássaros mergulham, trazem o peixe no bico e o entrega a seus donos.

Excelentes mergulhadores, os cormorões são capazes de ver um peixe até mesmo em águas turvas. Eles são treinados para viver em submissão total aos donos. Quando ouvem a palavra kodé, partem para a caça em meio a fortes piados. As asas cortadas lhes permitem voar a apenas um metro da superfície da água, altura suficiente para avistar os peixes. A cada dia eles mergulham 30 minutos, incessantemente. Ficam de 20 a 30 segundos embaixo d’água, e vão buscar o peixe a dois ou três metros de profundidade. Por que o cormorão, mesmo estando com fome, entrega o peixe nas mãos do dono?

O motivo é no mínimo perverso: os Paï atravessam a garganta do cormorão com um pedaço de madeira que o impede de engolir os peixes maiores. Ao entregar o peixe grande, em troca ele recebe peixes miúdos possíveis de engolir, mesmo com a vareta que bloqueia a passagem para o estômago.

O que acontece em Cha-Chen nada mais é do que uma tradição com gosto de crueldade. Antes do pecado, o domínio planejado por Deus previa uma relação de companheirismo e amizade entre o ser humano e os animais, sem exploração, sem submissão pela força, sem medo. Provocar dor e escravizar é próprio do ser humano sem Deus. Por isso, tratar os animais com crueldade ou submetê-los a trabalho excessivo é pena prevista em lei com dez dias a um mês de prisão. Mas, quando Cristo voltar, essa relação será restaurada. O ser humano e os animais, as aves, os peixes, os répteis e todo tipo de criatura viverão em harmonia. Até lá, vamos fazer nossa parte e cuidar bem dos bichinhos.