Você já notou que, na Bíblia, com exceção de faraó e Herodes, ninguém tem seu aniversário mencionado? Parece que os autores bíblicos não se importavam muito com isso e, por mais estranho que pareça, festas cantando “parabéns pra você” não existiam naquela cultura.
A menção bíblica ao natalício de faraó é interessante (Gn 40:20), pois os mais antigos relatos de aniversário realmente vieram do Egito, onde o rei era celebrado como um deus. Nesse contexto, a comemoração não se referia ao nascimento do faraó, mas à sua coroação, quando ele ganhava um novo nome e status divino.
Mais tarde, o costume foi importado pelos gregos e romanos. Eles celebravam os deuses em festivais que incluíam bolos e pequenas chamas denominadas dadia, que seriam precursoras das velinhas de hoje. Talvez tenha sido aí que Herodias se inspirou para oferecer uma festa a Herodes e
pedir a cabeça de João Batista.
Sabendo de sua origem pagã, seria prudente comemorar aniversário? Bem, se formos rejeitar tudo que vem do paganismo, deveríamos começar pelos meses do ano, os dias da semana e até mesmo a aliança de casamento. Não deveríamos sequer pisar em uma farmácia, pois sua origem remonta a ritos gregos de magia chamados pharmakeia, mencionados em Gálatas 5:20 como feitiçaria.
Há costumes adotados sobre os quais não temos controle, a não ser agir com sabedoria. Jesus falava aramaico e chamava o primeiro mês de nisã, como todos na Galileia, mesmo se tratando de um calendário e um idioma pagãos, oriundos da Babilônia. Se fosse pecado, Ele não faria isso.
O que não podemos fazer é trocar o que Deus ordenou por algo de origem pagã. Por exemplo, o sábado pelo domingo, o cordeiro pelo coelho ou o menino Jesus pelo Papai Noel. Fora isso, adaptações são necessárias, sem perder, é claro, a identidade cristã.
Portanto, em seu aniversário, aproveite para celebrar a vida e glorificar ao Pai, que permitiu sua existência. Mesmo que esteja enfrentando dificuldades, cante hinos, como Paulo e Silas. Faça de seu aniversário um ensaio para a eternidade.