Tive o privilégio de ir para a África há alguns anos com a organização humanitária global da nossa denominação. Eu estava com uma pequena equipe de três pessoas, planejando fazer uma filmagem documental (em três países diferentes) e um vídeo de uma música que eu havia composto para aquela organização. Estávamos prestes a viajar e nossos vistos ainda não tinham sido aprovados para entrar no último país que iríamos visitar. O dia do nosso voo chegou, passou e nós continuamos trabalhando no orfanato. Então, orei em silêncio: “Senhor, se for da Tua vontade, nós iremos para esse último país.” Por fim, nossos vistos foram aprovados pelo chefe de governo, que assina o visto de todos os viajantes.
Porém, fui informada de que era proibido – e ilegal – filmar e fotografar naquele país. A pessoa que fosse apanhada filmando ou fotografando poderia ser presa e ir a julgamento. Mesmo assim, ali estávamos nós, entrando no avião com equipamentos de vídeo e fotografia. Depois de uma longa espera de duas horas no departamento de imigração do aeroporto, nossa entrada foi miraculosamente aprovada, com todos os equipamentos. Viajamos para o meio do deserto do Saara, andamos de barco no rio Nilo e passamos por situações de pura tensão, enquanto filmávamos cenas emocionantes e inspiradoras.
Quando chegou a hora de partirmos, cada um tinha uma rota de voo diferente. O diretor viajaria primeiro, depois seria eu e, por último, o cinegrafista. Nossos voos sairiam às três horas da manhã da capital. Mais uma vez, nossos vistos tinham que ser assinados para que saíssemos do país. Por volta da meia-noite e meia, recebi a resposta de que meu visto já tinha sido assinado e eu podia me dirigir para o aeroporto. Um nativo, que falava inglês muito mal, me levou para o aeroporto, colocou minha bagagem na calçada e apontou “por ali” para chegar ao aeroporto. Passei pela multidão, mas me senti desconfortável com os olhares das pessoas. Minha visão ocidental me levou a pensar que eu não precisava mais usar um lenço para cobrir a cabeça. Por isso, eu estava ali, uma mulher “descoberta”, vestindo uma calça social e camisa, com meus cabelos loiros esvoaçando com a brisa noturna. Quando cheguei à entrada do aeroporto, os guardas não me deixaram passar. Mesmo tendo mostrado meu cartão de embarque, eles não quiseram me deixar entrar.
“Querido Jesus, Tu prometeste tomar conta de mim. Preciso desesperadamente de Ti!”
Naomi Striemer