Hoje em dia, o amor romântico tem sido supervalorizado na literatura, nas artes e na mídia em geral. No secularismo atual, a paixão virou uma obsessão, uma meta de vida. Quem nunca se apaixonou é como se não tivesse vivido.
No livro A Negação da Morte, o autor Ernest Becker constata que, na atualidade, em vez de as pessoas buscarem a Deus, estão correndo atrás de uma “solução romântica”. Ele escreve: “O parceiro amoroso se torna o ideal divino em que preencher a vida. Todas as necessidades espirituais e morais agora passam a se concentrar em um indivíduo […]. Em poucas palavras, o objeto do amor é Deus.”
Infelizmente, a sociedade moderna colocou o amor romântico no lugar de Deus. Cultiva-se a fantasia de que, se encontrarmos o verdadeiro parceiro, tudo o que está em falta ou errado em nós será preenchido com o romance. Isso, porém, é idolatria. O amor não é tudo o que precisamos.
Lembre-se de que a expressão “romantismo” se refere a Roma, “ao estilo de Roma”. Esse império blasfemo e perseguidor, descrito nos livros proféticos da Bíblia, ainda exerce domínio na cultura ocidental, inclusive na maneira como o amor e a paixão são desenvolvidos no coração das pessoas. O romantismo cega, escraviza e destrona Deus dos corações.
Não estou dizendo que você não deva se apaixonar por alguém. Meu ponto aqui é que não se deve investir todo o tempo e os recursos em um ser humano. Por melhor que seja, uma pessoa não é a solução definitiva para os nossos problemas. Ninguém no mundo preencherá todas as lacunas da sua alma, a não ser o seu Criador. É por isso que a Bíblia afirma que devemos amar a Deus acima de todas as coisas (Mc 12:30).
Entenda hoje que o amor verdadeiro é um princípio divino, plantado no coração daqueles que O buscam. Descobri isso quando namorava a minha esposa, Rosali. Como morávamos distantes um do outro (eu estudava no Unasp campus Engenheiro Coelho e ela morava em Curitiba), nos víamos apenas uma vez por mês. Lembro-me de que os momentos mais marcantes do relacionamento foram passados com a Bíblia na mão, nos bancos do Jardim Botânico, em Curitiba. Ali descobrimos que a verdadeira paixão só nasce quando Deus está em primeiro lugar.
Se Deus for a base do seu relacionamento, o amor jamais acabará.