O livro de Naum é um dos menores do Antigo Testamento. Escrito por volta de 640 a.C., harmoniza dois aspectos fundamentais do caráter de Deus: bondade e justiça. Em versos lindos e profundos, Naum sintetiza a noção bíblica de que o mesmo Deus de amor é capaz de Se irar, como duas faces de uma mesma moeda (Na 1:3).
Antes de mais nada, precisamos lembrar que o tema central do livro é o anúncio da destruição de Nínive, capital do Império Assírio. Fundada por Ninrode, bisneto de Noé, Nínive se tornou uma potência mundial por volta do ano 900 a.C. Era uma cidade tremendamente violenta. Usando o vocabulário atual, diríamos que ela cometeu crimes contra a humanidade. Além de cidade sanguinária, Nínive era conhecida por ser a capital da idolatria, da sensualidade e da feitiçaria.
Cerca de 100 anos antes da mensagem de Naum, Deus usou o profeta Jonas para advertir a cidade. Toda aquela geração se converteu ao Senhor, inclusive o seu rei. Por causa dessa decisão coletiva, Deus desistiu de os destruir, como tinha ameaçado (Jn 3:10). Porém, de acordo com o relato de Naum, os ninivitas voltaram às práticas erradas e rejeitaram a misericórdia divina, cometendo, assim, o pecado imperdoável. Naum foi claro: “Não há remédio para a tua ferida; a tua chaga é incurável” (Na 3:19, ARA).
Precisamos entender que a ira de Deus não está em oposição ao Seu amor. Pelo contrário, é um braço dele. Deus não é conivente com o mal ou indiferente às nossas decisões erradas. Primeiramente, Ele nos adverte e disciplina, assim como um pai amoroso faz aos seus filhos (Pv 3:12). Mas quando não há arrependimento e conversão por parte do pecador, Deus executa o Seu juízo. Foi assim no dilúvio e será novamente após o milênio.
Nínive foi destruída pelos babilônios no ano 612 a.C., sob a intervenção divina (Na 1:13). Isso nos ensina que o mal nunca valeu a pena e sempre conduz os seus adeptos a sérias consequências. Mas para aqueles que fazem de Deus o Seu alto refúgio, existe uma certeza: “A tribulação não precisará vir uma segunda vez” (Na 1:9). Essa promessa vale para hoje e será realidade por toda a eternidade.