Terça-feira
27 de setembro
As rosas de setembro
Deus fez tudo formoso no seu devido tempo. Eclesiastes 3:11

Minha roseira com flores cor de salmão é uma celebração da primavera. Quando os dias quentes voltam, suas folhas verdes são muito bem-vindas. Logo aparecem os botões, pequeninos no início, mas vão crescendo rapidamente a cada dia. A primavera chega em uma manhã de clima agradável e, quando abro a porta, rosas cor de salmão parecem acenar para mim com um sorriso: “Chegamos!” Que festa visual elas são! Tanto as rosas que já desabrocharam como as tímidas, os botões semiabertos e aqueles nas extremidades, apenas esperando sua vez de desabrochar. Quando as pétalas finalmente caem, o solo embaixo se torna um tapete macio de cor salmão.

Os dias quentes de julho e agosto chegam ao ponto máximo de calor; depois os dias vão ficando mais amenos. Setembro se aproxima, e agora os dias são mais curtos. Há um friozinho no ar. Então, em um determinado dia, abro minha porta e me deparo com outra celebração de rosas. Novamente, tenho as flores que desabrocharam completamente e as pequenas, semiabertas. Mas que diferença! Em junho, as flores estavam em todos os galhos possíveis da roseira, mas agora só umas três ou quatro rosas corajosas adornam os galhos.

Enquanto fico encantada com as flores de junho, simplesmente admiro a bravura dos botões de setembro. Agora, as flores são menores, com menor número de pétalas. Admiro as rosas de junho, mas tenho um respeito especial pelas rosas de setembro. Elas são maduras e, como eu, falta um pouco da elasticidade na pele — e, sim, faltam cabelos também. Como eu, elas perderam algumas de suas companheiras: amigos, familiares que faleceram, filhos que se mudaram para longe, ou antigos colegas de trabalho que simplesmente estão ocupados demais. Mas quão corajosas aquelas rosas são! Estão dispostas a florescer, apesar do friozinho no ar, apesar dos dias mais curtos, apesar de…

As rosas de junho têm sua beleza própria, mas as rosas de setembro têm uma grandeza peculiar.

Peço ao Senhor que me ajude a encontrar o mesmo encanto em meu setembro, à medida que meu inverno se aproxima. Mesmo eu sentindo frio, peço a Ele que me mostre como posso desabrochar, para que eu não fique reclamando daquelas dores crônicas, mas que Ele me ajude a corajosamente celebrar Sua bondade. Ele é bondoso por me presentear com rosas cor de salmão, ainda que seja setembro.

Annette Walwyn Michael