Quem é o povo que se volta para os ímpios e bebe de suas fontes? Muitos entendem que é o próprio povo de Deus. Seu movimento lembra os hebreus desejando regressar ao Egito porque lá pareciam mais prósperos do que no deserto. As águas do Nilo eram mais agradáveis que a poeira do Sinai.
Ainda hoje, a vida de influenciadores que zombam dos valores cristãos parece tão mais divertida que muitos jovens preferem tê-los como modelos. Rute e Noemi não são descoladas; Lady Gaga e Madonna, sim.
Deus quer salvar todos, mas o mundo que a fama constrói é perigoso. A vida ilusória dos perversos é como um caminho escorregadio rumo à destruição (v. 18). É comparável a um restaurante de luxo com uma cozinha suja. Se os clientes vissem como a comida é feita, jamais comeriam ali, não importa quão requintado fosse o salão e o cardápio.
Veja os bastidores do showbiz, quantos casos de abuso sexual e psicológico! Quantas mulheres contam do horror a que se submeteram para ganhar fama. Nem mesmo crianças e adolescentes escapam; basta olhar as denúncias de famosos mirins depois que se tornam adultos.
Até mesmo cineastas admitem a perversão. Em 2007, o seriado Californication, cujo nome já diz tudo, fez uma crítica ácida de como Hollywood é podre por dentro. Nas palavras de um diretor de cinema: “O showbiz é podre, pedófilo e sem critérios morais.”
É dessa cozinha imunda que saem os sofisticados pratos que divertem os fregueses e, ao mesmo tempo, tornam sem gosto a culinária divina. É preciso que cada um avalie os efeitos dessas influências em sua própria vida espiritual, sem fanatismos ou julgamentos alheios. Assim como o vício em açúcar deturpa o paladar, tornando o refrigerante “gostoso” e a água “sem graça”, a ânsia por adrenalina e dopamina pode transformar qualquer culto em monotonia.
É claro que precisamos revitalizar nossa liturgia, porém jamais em detrimento do sentido bíblico de adoração. Para aqueles que se voltam às fontes pervertidas, a água da vida pode se tornar bem desinteressante. Precisamos decidir: Onde saciaremos nossa sede? Trocaremos o Jordão e
Canaã para regressar à escravidão junto ao rio Nilo?