Domingo
25 de abril
Cargas alheias e as nossas
Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo [...], pois cada um deverá levar a própria carga. Gálatas 6:2, 5

Os versos de hoje parecem contraditórios. Se cada um deve levar o próprio fardo, por que é aconselhado levar as cargas uns dos outros?

No grego, a palavra original, no verso 2, é baros, e significa peso, como aqueles de ginástica.

O original, no verso 5, é phortion, traduzido por fardo, carga. Segundo o dicionário grego Strong, esse é um fardo que deve ser carregado pelo próprio indivíduo; é pessoal e intransferível, como uma criança no ventre da mãe.

Assim, há fardos que outros podem carregar por nós, como ouvir, aconselhar, estar junto, orar, facilitar algumas situações; mas há outros que cada um deve levar, como o peso da consciência culpada, as consequências de más escolhas, a responsabilidade diante da vida, dificuldade para resistir a tendências herdadas ou cultivadas, vícios, doenças, crises relacionais, desemprego, etc.

Quando os fardos intransferíveis estão pesados demais, é preciso rever causas e o que pode ser feito: reconhecer erros, pedir perdão, perdoar, arrepender-se, assumir responsabilidades… E, se não há o que fazer, devemos clamar a Deus por forças para suportá-los.

Infelizmente há pessoas que não querem fazer nada por si mesmas; fogem dos fardos intransferíveis e esperam que os demais os carreguem. Desavisados, alguns acabam assumindo esses pesos extras e se sobrecarregam assumindo culpas alheias, resoluções que não competem a eles, consequências que não lhes cabem.

Há mulheres que demonstram grande disposição em ajudar outros, mas não se permitem ser ajudadas, recusando-se a admitir necessidades e fraquezas. Paulo condenou essa atitude de autossuficiência que não apenas priva as pessoas do conforto dos outros, mas também impede o cumprimento do “ministério de levar as cargas alheias”.

Como é bom dividir angústias e fardos com amigos de confiança! Pelas ações mútuas de bondade, o conforto divino se manifesta. Mas não podemos forçar os outros a partilhar seus fardos conosco. Nem é sábio sofrer quando nossa oferta de ajuda é rejeitada.

Você costuma assumir cargas intransferíveis? Peça a Jesus discernimento para saber quais fardos alheios deve e pode carregar, e para saber a hora de colocar limites.