As palavras libertadoras com que Paulo terminou Romanos 7 ecoam de maneira enfática na declaração de abertura do capítulo 8: “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (v.1). Esse capítulo é considerado por muitos o ponto alto da experiência cristã. De fato, é como o núcleo de uma resposta ao clamor feito nos versos 15 a 25 do capítulo anterior.
Caso tivéssemos que resumir Romanos 8 em uma palavra, uma excelente sugestão seria “liberdade”. Ele nos diz que podemos ser livres do pecado, da morte, da ignorância, da solidão, da futilidade e do declínio espiritual. Não que nos tornemos totalmente imunes a essas coisas; porém, elas já não precisam dominar nossa vida.
Depois de mencionar a promessa libertadora, o apóstolo apresenta conceitos que esclarecem como essa promessa se torna real. Em primeiro lugar (v. 2-11), ele contrasta o estilo de vida carnal com o estilo de vida espiritual. Quem vive pela carne é inimigo de Deus, não Lhe obedece nem pode fazê-lo. Distanciando-se de Deus, caminha ao encontro da morte. A lei nada pode fazer para salvar alguém nessa condição.
Contudo, sob a lei do Espírito, Deus nos deu Seu Filho como oferta para condenar o pecado. Uma vez recebendo-O, Ele habita em nós e somos habilitados a cumprir os requerimentos da lei. Com Ele, recebemos uma nova orientação e um novo destino.
Nos versos 12 a 17, o relacionamento do cristão com Jesus é descrito em termos de adoção. O Espírito testifica em nossa consciência interior de que somos filhos de Deus, podendo nos dirigir a Ele como Pai. Ser filhos significa que somos herdeiros com Cristo; herdeiros das glórias bem como de Seus sofrimentos. De fato, toda a criação sofre, mas não será para sempre. Aguardamos a redenção física.
Outro privilégio do cristão é poder contar com a intercessão do Espírito nas suas orações. Pelo fato de não sabermos orar “como convém”, Ele interpreta nossas preces de modo que sejam apresentadas a Deus da maneira que expressaríamos, se soubéssemos orar. E o Pai nos responde a partir de Seu conhecimento daquilo que é melhor para nós.
Finalmente (v. 31-39), temos a garantia de que nada nem ninguém pode nos separar do amor de Deus; não somos réus temerosos. Portanto, não estamos em um tribunal, mas na sala do Pai, que nada poupou a fim de nos redimir.