Meu filho adolescente me perguntou se podíamos ir aos Lagos Bowron fazer o tour de canoa no verão.
Eu respondi que ia pensar sobre o assunto e depois lhe daria uma resposta.
Duas semanas mais tarde, nós dois estávamos em nossa canoa de fibra de vidro no primeiro lago. Nossas mochilas pesadas estavam entre nós. Estava chovendo muito, então não fomos muito longe aquele dia.
— Tem muitos ursos este ano — o guarda florestal nos informou. — Asseguremse de que seus alimentos sejam guardados em um galho bem alto.
Tem um jeito correto de fazer isso, e conseguimos fazer certo todas as noites. Tudo estava indo muito bem até que avistei as corredeiras. Elas eram curtas, mas perigosas. Se a canoa não virasse rapidamente para a direita no final das corredeiras, ela tombaria, e cairíamos na água gelada.
Tivemos uma boa noite de descanso em nossa pequena barraca e, depois do desjejum e devoção matinal, ficamos prontos para descer as corredeiras. Esperamos o máximo que pudemos, pois não queríamos ser os primeiros. Os dois estudantes universitários que também estavam fazendo o percurso de canoa decidiram que eles não se arriscariam a descer as corredeiras, preferindo carregar suas canoas e mochilas pesadas naquele trecho.
Era sexta-feira, e queríamos estar mais adiantados em nosso tour e já acomodados antes do pôr do sol, mas ainda tínhamos muitos quilômetros pela frente. Olhei para as rochas e águas turbulentas. Vi a passagem estreita por onde precisávamos passar e fiquei com medo, mas voltar não era uma opção. Precisávamos continuar nosso trajeto, mas eu não queria entrar na canoa.
— Filho, acho que precisamos orar novamente — eu disse a ele.
Então, nos ajoelhamos na beira do rio. Abri meu coração ao nosso Pai celestial, pois não havia outra saída, e ninguém mais a quem recorrer.
— Mãe, você senta na frente e não faça nada. Eu vou conduzir a canoa pela parte de trás. Vai dar tudo certo — meu filho disse, tentando me acalmar. E conseguimos!
Verdadeiramente temos um Deus maravilhoso que nos mostra Seu poder de modo incrível e grandioso.
Muriel Heppel