Sexta-feira
07 de fevereiro
Chocolate
Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos, nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus. Romanos 8:38, 39

Sempre fui louca por chocolate. Quando eu era criança, foi lançado um tipo, em forma de batom, que era o meu predileto. Se alguém quisesse me ver feliz, era só me presentear com aquele chocolate.

Meus pais tinham poucos recursos e, com oito bocas para alimentar, além dos “agregados”, raramente eles compravam essas guloseimas. As prioridades eram outras.

Lembro-me de que certa vez alguém da vizinhança me deu um chocolate daqueles. Era uma tarde de primavera, e eu brincava, despreocupada, na rua com outras crianças.
Fiquei tão feliz que, em vez de devorar o chocolate naquele mesmo instante, eu o escondi na minha pequenina mão e esperei estar a uma distância segura de alguns “bicões”, para não ter que dividi-lo com mais ninguém.

Plano quase perfeito, pois um garoto lá da rua, mais forte e mais guloso do que eu, veio ao meu encalço para me arrancar o tesouro.

Com o susto e não querendo perder o doce de jeito nenhum, eu o esmaguei na mão. Chorei muito, mas senti um grande alívio quando percebi que ele havia desistido. Provavelmente, ele não achasse graça nenhuma em comer algo esmagado, amassado.

Olhei para o meu chocolate: não dava mais para saber onde ele começava nem onde a embalagem terminava. Estava quase tudo derretido, mas eu o comi mesmo assim. Ainda tinha gosto de chocolate, ainda era o meu chocolate!

Na vida adulta, já me vi sendo quase arrebatada das mãos do Pai. Sei que o inimigo tem olhos cobiçosos e famintos. Ele não mede esforços para me arremessar para bem longe Daquele que me ama.

Contudo, eu quero ser aquele chocolate esmagado. Se for preciso, eu quero ser derretida nas mãos de Deus! Dessa forma, eu posso até perder o valor para o diabo e para o mundo; mas, nas mãos de Deus, eu ainda serei “CHOCOLATE”!

Lídia Vasconcelos dos Santos