Quarta-feira
19 de fevereiro
CHOQUE DE REALIDADE
O senhor elogiou o administrador desonesto, porque agiu astutamente. Pois os filhos deste mundo são mais astutos no trato entre si do que os filhos da luz. Lucas 16:8

As parábolas que Jesus contava muitas vezes chocavam os ouvintes. Depois de Suas falas polêmicas, as pessoas ficavam por horas discutindo. Na opinião de alguns, Ele Se excedia e passava dos limites em Seu discurso. Para outros, Ele restaurava os marcos que haviam sido abandonados. Isso aconteceu após muitas de Suas parábolas. Mas, se existe uma parábola que até hoje é capaz de causar o burburinho da multidão, sem dúvida é a que retrata o administrador infiel.

A parábola registrada em Lucas 16 conta a história de um administrador que fraudou as contas do seu senhor. Quando a lemos superficialmente, podemos ser levados a acreditar no ditado popular, que diz: “O mundo é dos espertos.” Em um mundo repleto de fraudes e corrupção, essa parábola certamente nos deixa incomodados. As piores histórias que podemos ouvir são aquelas em que os maus se dão bem. Se a maldade é recompensada, que motivação podemos ter para permanecer justos?

Na verdade, o elogio de Jesus beira a ironia. No livro As Parábolas de Jesus Comentadas, John MacArthur afirma: “Os pecadores tentam ser mais espertos e diligentes em relação ao seu bem-estar temporal do que os santos em relação ao trabalho de acumular tesouros para a eternidade.” A parábola não parabeniza a esperteza generosa do aproveitador. Ela reprova a falta de generosidade e de sabedoria na aplicação dos recursos temporais para uma finalidade espiritual.

De certa forma, Jesus ironiza os religiosos de seu tempo e, por extensão, também os de nossa época, dizendo que não somos espertos o suficiente se não usarmos nossos recursos em favor da salvação. A conclusão desse episódio com certeza é um golpe naqueles que fazem do dinheiro um objeto de adoração: “Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus” (Lc 16:15). O administrador infiel foi esperto para se dar bem com os homens. Nós podemos fazer melhor. Podemos ser administradores fiéis, aplicando com sabedoria e generosidade os recursos que Deus nos concedeu.