Lucas vivia entocado dentro de casa. Poucas pessoas tinham a oportunidade de ver o rosto daquele rapaz talentoso. “Meu filho é um excelente cantor, mas a vergonha não o deixa executar seu dom em público”, desabafou a mãe do rapaz. Qual era o motivo? Ele tinha vergonha de mostrar o rosto. Só isso? Não! Não era tão simples assim. O rosto daquele rapaz carregava uma cicatriz que tinha muita história para contar.
Quando eu (Ailton) falei com Lucas pela primeira vez, pensei que me depararia com uma pessoa mal-humorada, depressiva e, quem sabe, até agressiva. Embora o sinal incomum chamasse atenção logo à primeira vista, por detrás daquela cicatriz havia uma pessoa alegre e brincalhona. Apesar de tentarmos ajudá-lo, ele alegava que ninguém poderia mudar a situação, somente Deus. Segundo ele, carregava marcas do pecado, que evidenciavam a sua conduta desobediente.
Acostumado a uma vida dupla e oculta, sempre que estava só, ele se envolvia com drogas, álcool e frequentava lugares impróprios. Em uma dessas aventuras, envolveu-se em uma confusão. Desde aquele dia, ele tem uma grande cicatriz na face. “Eu sei que Deus pode me perdoar, mas jamais me perdoarei por isso”, desabafou o jovem bastante desapontado consigo mesmo.
O diálogo com aquele rapaz me fez pensar na situação de muitos hoje em dia. Todos temos uma natureza pecaminosa, que nos impele ao mal. Essa é a maior marca do pecado no coração humano. A raiz do pecado é um coração e uma mente corruptos.
Por conta dessa “tatuagem” em nossa essência, terríveis e eternas marcas foram gravadas no corpo de Cristo. Em Suas mãos e em Seus pés está para sempre indicado o custo do pecado. O Senhor pagou o preço para que uma cirurgia corretiva seja feita no interior de todo ser humano. É uma “plástica” para remover a marca do pecado em nós. Ele levou sobre si a maior de todas as cicatrizes para que nós possamos viver em paz.
Quando permitirmos que a graça de Jesus nos cubra e nos justifique de todo pecado, já não haverá mais condenação (Rm 8:1). Não precisaremos nos esconder, ainda que carreguemos cicatrizes físicas de um passado sombrio. Elas não falam mais do pecado, mas do tamanho da graça que nos alcançou.
Toda vez que sentir vergonha das suas “cicatrizes”, olhe para as mãos e os pés de Jesus, e você encontrará esperança e força para viver e ser feliz.