Enquanto eu lia novamente a história de Jesus andando sobre o mar para chegar aos discípulos no meio da tempestade, a distinção dos horários da noite me fez parar e refletir. “Ao cair da tarde” significa o período da primeira vigília, ou seja, das 18h às 21h. No entanto, Jesus não vai até eles antes da quarta vigília, isto é, entre as 3h e as 6h. Mesmo que eles não estejam cientes disso, Jesus os observava através das quatro vigílias, que poderiam ter totalizado doze horas.

Mais cedo, naquele dia, Jesus alimentou a multidão de mais de cinco mil pessoas e gerou uma grande comoção. Os discípulos estavam no meio da multidão, que tinha a expectativa de que Jesus fosse o Messias e reivindicasse Seu trono. Mas não era a hora de Jesus ser reconhecido publicamente. Ele insistiu firmemente para que os discípulos entrassem no barco e navegassem sem Ele (v. 45). Esse atraso fortaleceu a fé deles e lhes ensinou lições valiosas. Somente então os discípulos conseguiram discernir o erro da verdade.

Quer eles pudessem ou não ver Jesus fisicamente, Ele os viu. Quando Seus seguidores esgotaram todos os recursos, eles perceberam que era impossível vencer a tempestade com suas próprias forças. Mas Jesus conhecia as tempestades que eles enfrentavam e resgatou os discípulos no momento certo.

Quando enfrentamos “tempestades” e “ventanias”, podemos ser tentadas a pensar que Jesus não nos vê nem nos ouve, porque a ajuda não vem tão rapidamente quanto achamos que precisamos. Mas podemos ter certeza de que Jesus conhece as circunstâncias da nossa vida. Ele está nos observando (João 12:41) e não nos deixa nem nos abandona (Hebreus 13:5).

Podemos entender as tormentas da nossa vida como um campo de treinamento da fé. Jesus nos ama profundamente, mesmo em meio à escuridão. Ele responde no tempo perfeito, porque Ele sabe o que é melhor. Quando nos libertamos do controle que queremos exercer, confiamos Nele para ser o capitão do barco.

Hoje, que possamos nos alegrar por termos um Salvador que está sempre ao nosso lado, mesmo em meio às tempestades, e que nos ama incondicionalmente.

{ Myrna Hanna }