– Isso é um desastre absoluto! – Melissa falou, abanando as mãos.
– Não, não é tão ruim – seu primo respondeu enquanto brincava com o cachorro. – Você tem que superar isso.
– Isso não fez com que eu me sentisse melhor – retrucou Melissa.
– Esperem um minuto, vocês dois – eu disse, segurando uma risada. – Melissa, acredito que seu cérebro teve uma reação exagerada, enquanto o cérebro do seu primo teve uma reação insuficiente à mesma situação. – Prossegui explicando: – O cérebro é o primeiro sistema do corpo a reconhecer um agente estressante e reage em nanossegundos. Ele pode estimular a resposta ao estresse por até 72 horas após um incidente traumático – real ou imaginário – e ainda mais do que isso, se você continuar estimulando-o. Todo ser humano precisa de estratégias eficazes de controle do estresse, mas elas são indispensáveis para as mulheres. O cérebro delas parece ser duas vezes mais vulnerável que o dos homens a alguns distúrbios relacionados ao estresse.
Os dois primos haviam deixado a discussão e estavam ouvindo atentamente. Então falei sobre uma pesquisa em cérebro de ratos que mostrava a diferença de reação ao estresse em machos e fêmeas.
Melissa olhou rapidamente para seu primo. Ele fingiu não notar.
– Isso significa – continuei – que menos receptores estão disponíveis para se ligarem ao hormônio do estresse, o fator liberador de corticotrofina [CRF]. Essa adaptação, exclusiva do cérebro masculino, amenizou a sensibilidade dos neurônios ao estresse. Sem esse mecanismo, o cérebro feminino é atingido por completo, dificultando lidar com altos níveis de CRF, como ocorre na depressão e no transtorno de estresse pós-traumático, por exemplo.
Melissa e seu primo se entreolharam.
– Compreender como os cérebros masculino e feminino respondem de forma diferente aos estressores dá a você uma escolha.
Melissa ergueu uma sobrancelha.
– Em vez de discutir, escolham achar um meio-termo e pensar em uma solução, juntos.
Felizmente, foi exatamente isso que eles fizeram.
Senhor, ajude-me a fazer o mesmo, suspirei
{ Arlene R. Taylor }