V entos sopravam no céu frio da Califórnia, tornando nuvens carregadas de chuva em uma massa escura. Pingos de chuva rapidamente se transformaram em uma tempestade que durou horas. Eu sorri. Como precisávamos daquela chuva! Havíamos passado vários verões racionando, economizando água e recebendo cartas ofensivas da companhia que me fornecia água porque eu havia usado muita água nos meus 11 pés de laranja, um pé de limão e um pé de figo.
E a chuva continuou caindo por muito tempo. O gramado ficou submerso, o chão embaixo dos pés de laranja ficou cheio de lama e de folhas sujas, e o vento derrubou as laranjas já maduras no chão. Olhei pela janela com medo de ver a maior parte das laranjas na lama, frutas que eu sempre compartilhava com vizinhos e amigos. Quando a chuva finalmente acabou, aventurei-me pelo quintal para colher as laranjas lindas e brilhantes que estavam caídas na lama. Peguei a primeira, e, quando meus dedos a tocaram, eles afundaram na laranja estragada. Tentei pegar outra, mas ela se dissolveu em minha mão. Que chato! Eu havia esperado demais para colhê-las da lama.
Então vi uma laranja particularmente bonita, grande e com casca brilhante e saudável, mas essa também estava afundada na lama. Será que eu deveria pegá-la? E se ela também se dissolvesse em minha mão? Lenta e cuidadosamente, com extremo cuidado, coloquei meus dedos ao seu redor. Ela parecia estar firme. Ela continuou firme enquanto meus dedos a seguraram. Era uma laranja praticamente perfeita, sem nenhum dano feito pela lama e pelas folhas caídas. Como aquela laranja havia permanecido fresca e sem estragar? Eu a levantei da lama, mas, de repente, ela foi puxada da minha mão. Ela continuava grudada a um dos galhos do pé de laranja.
Enquanto eu gentilmente, quase que reverentemente, colhi aquela linda laranja, lembrei-me de outro tempo e lugar, quando Jesus disse: “Eu sou a videira, vocês são os ramos. Ninguém pode sobreviver longe de Mim.” A laranja havia sobrevivido à tempestade, à chuva e à lama, continuando linda porque havia permanecido no galho da árvore. Também me lembrei de amigas que haviam permanecido com seu caráter lindo em meio a circunstâncias tempestuosas e lamacentas porque permaneceram conectadas à Videira viva. Quero ser como elas!
Edna Maye Gallington