Domingo
20 de abril
Contentar-se com o que tem
De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. [...] Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. 1 Timóteo 6:6, 8

Minha vida é muito enriquecida pelos comedouros de pássaros. Apesar de esse ser um hobby caro, sou recompensada com um grande coral de vozes agradecidas, do nascer ao pôr do sol. Além disso, tenho a oportunidade de observar padrões de comportamento que, muitas vezes, são semelhantes aos de pessoas que conheço. Alguns pássaros parecem ter a sensação de que são mais importantes que os outros, enquanto outros se contentam em viver com simplicidade.

Os chapins, aves comuns na América do Norte, e os pintassilgos parecem dividir a moradia alegremente. Moram em qualquer canto ou fresta. Cada semente tem seu valor para eles. Parece que o lema dessas criaturinhas felizes é “não desperdice nada”. Eles pegam uma semente de cada vez, depois se empoleiram num galho e comem.

Há também os belos gaios e pica-paus, que disputam as posições na fila da alimentação. Eles comem com pressa, e sementes voam em todas as direções; ou, pior, tentam engolir o alimento de um dia todo de uma vez só. Depois, aos gritos, voam para longe, com os bicos cheios de sementes que irão enterrar em outro lugar. Eu me pergunto se eles acham que a aparência bonita os qualifica a serem barulhentos e a intimidar os outros pássaros.

Os chapins me lembram a declaração de Paulo sobre ter aprendido a estar contente em qualquer situação (Fp 4:11). Esse é o verdadeiro retrato desses passarinhos.

Um terceiro grupo de pássaros desfruta do meu comedouro todos os dias. São as pombas. Elas passeiam sob as árvores e verificam os restos de comida no chão. O arrulhar delas me traz paz no fim de um dia agitado. Então, eu sempre tento espalhar algumas sementes diferentes pelo chão antes que as pombas cheguem.

Tenho amigos que são como as pombas. Eles são o tipo de pessoa que acalma a agitação da minha vida.

Jesus, mesmo sendo tão poderoso, conhecia bem o valor dos momentos de silêncio. Quando leio sobre os momentos que Ele passou em lugares solitários, longe da vida exigente que levava, imagino-O reclinado sob uma árvore, ouvindo e observando as imagens e os sons do mundo natural ao Seu redor.

Acho que é melhor ser pequeno e grato do que ser lindo e mal-agradecido. Por isso, oro para ter a sabedoria de ser mais parecida com um chapim contente e menos com o orgulhoso gaio azul.

Patricia Cove