Sexta-feira
27 de novembro
Corações aquecidos
E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando Ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras? Lucas 24:32

Espero que você não tenha tido grandes decepções na vida, especialmente ao esperar muito de alguma pessoa. No entanto, caso isso tenha acontecido, será que consegue se lembrar da maior delas? A Bíblia relata a grande decepção que os discípulos tiveram quando viram Jesus ser crucificado. O que torna esse fato ainda mais impressionante é sabermos que eles foram repetidamente instruídos sobre o assunto. Cristo morreria, seria sepultado e ressuscitaria três dias depois.

Apesar de tudo o que tinham ouvido, dois discípulos seguiam pelo caminho de Emaús perdidos em seu mundo de tristeza, desapontamento e decepção, diante de tudo o que havia acontecido nos últimos dias. Quase posso ouvir o doloroso suspiro de frustração enquanto, talvez com a voz embargada, diziam ao “estranho” que deles se aproximou: “Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam” (Lc 24:21). Em realidade, a decepção resultou das expectativas incorretas alimentadas por eles. Lembre-se: a redenção à qual se referiam tinha a conotação política da libertação do jugo romano, em que tinham apostado todas as esperanças.

Como foi possível eles não reconhecerem aquele “estranho” que, com sabedoria inigualável, iluminava a mente deles com a luz das Escrituras? Esse é o risco que também corremos quando nos deixamos subjugar pelas decepções que a vida nos traz. Perdemos muito, às vezes, não reconhecendo Aquele que Se aproxima de nós com o bálsamo da esperança. Cristo sempre vem a nós, a fim de que abramos o coração a Ele. Jesus não nos repele por causa de nossas dúvidas. Um gesto de repreensão de Sua parte, ao contrário de significar repulsa, apenas nos coloca no rumo certo para entender o desconhecido. Somente o fato de saber que Ele nos ouve deveria ser suficiente para aliviar o coração, antes mesmo de obtermos a resposta.

Mais tarde, quando finalmente eles O reconheceram, lembraram-se do que sentiram enquanto O ouviam: “Não nos ardia o coração, quando Ele, pelo caminho, nos falava?” À voz do Salvador, o coração congelado pela dor começava a arder, fazendo brilhar a esperança. Todo seguidor de Cristo sabe muito bem o quanto a comunicação com Ele é preciosa; como o coração é iluminado e aquecido ao ouvir sobre Ele e Seu amor, quando a assustadora escuridão o envolve. Não troque essa experiência por nada no mundo.