Terça-feira
31 de março
Correção de texto
Repreendo e disciplino aqueles que Eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. Apocalipse 3:19

Como sou uma grande incentivadora da leitura e da escrita, coloco-me sempre à disposição dos meus amigos e alunos, dentro e fora da sala de aula. Então, quase diariamente, tenho pedidos de correção de textos em meu e-mail ou em minha caixa de mensagens do Facebook. Dependendo da minha disponibilidade, corrijo no mesmo dia ou na mesma semana. Faço isso com muito carinho e prazer.

Todo professor de Redação e/ou Gramática, acostumado a correções, sabe que não basta, em muitos casos, ajustar apenas a pontuação e a ortografia. Às vezes é necessário trocar palavras, refazer ou eliminar parágrafos inteiros para que o texto se torne coerente. E é nesse ponto que somos mal compreendidos.

Já vi olhinhos brilhando de alegria, depois de uma correção, com a seguinte declaração:

– Poxa, professora, era isso mesmo o que eu queria dizer, mas não estava conseguindo. Você deixou o meu texto melhor!

Infelizmente, porém, já presenciei reações opostas:

– Você não tinha o direito de mexer no meu texto assim; era só para corrigir!

E foi esse tipo de reação negativa que me fez pensar nas tantas vezes em que pedi a Deus para corrigir algo em minha vida, mas não Lhe dei liberdade e autonomia para isso: “Olha, Deus, corrija aí, mas não mude nada, tá? Deixe aí as minhas redundâncias, os meus pleonasmos e as minhas incoerências. Limite-se apenas a ver a pontuação e a ortografia, beleza?”

É muita soberba, não?

Se eu não acreditar que Ele é capaz de deixar minha vida, digo, meu texto melhor, o mais coerente seria deixar de escrever!

Eu preciso, diariamente, entregar meus rascunhos a Deus. Ele pode fazer o que quiser: mudar o título, ampliar meu vocabulário, “deletar” palavras, refazer todos os parágrafos, mudar meu estilo, sugerir outro enredo.

Eu arranco a página e escrevo tudo de novo, se preciso for e se assim Ele achar melhor.

Lídia Vasconcelos dos Santos