Os crentes da atualidade, em muitos casos, parecem ter sido contaminados pelo vírus da apatia. Qualquer tipo de intensidade logo é taxada de insanidade. Em nossos dias, os jovens podem ser fanáticos por clubes de futebol, deslumbrados por influencers, viciados em séries e obcecados pelos treinos; mas, na primeira decisão radical tomada ao lado do evangelho, são taxados de extremistas e fanáticos.
Os jovens crentes são aconselhados pelo mundo a viver uma espécie de cristianismo assintomático, onde ser igreja de Cristo muito se parece com ser apenas um membro do fã-clube de Jesus. Muitos saíram do Egito, mas não desejam afastar-se de lá. Esse era exatamente o plano de faraó.
Na queda de braço com Moisés a respeito da libertação do povo, o monarca egípcio negociava algumas condições. Uma delas era que o povo saísse do Egito, mas não se afastasse de lá. Assim, quando a coisa apertasse, o caminho de volta à terra da escravidão seria a rota de fuga mais favorável para Israel. Por isso, Deus orientou Moisés a rejeitar essa condição.
Espiritualmente falando, nos dias de hoje, muitos cristãos mantêm-se a uma distância segura do Egito. Vivem uma religião que chamam de “equilibrada”, mas, na verdade, não passa de outro nome usado para designar a covardia espiritual. Em sua obra, Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz, C. S. Lewis afirma que uma religião moderada é tão proveitosa quanto nenhuma religião.
O que chamamos aqui de religião moderada é aquela na qual o indivíduo evita qualquer decisão radical com base nos sacrifícios exigidos pela fé. Essas pessoas evitam, a qualquer custo, serem classificadas como extremistas. Suas opiniões sempre estão de acordo com a tendência do momento, vivenciando uma espécie de relacionamento diplomático com o Egito.
Deus espera libertar você da escravidão do Egito. Para que você possa se tornar de fato livre, precisa aprender que o cristianismo traz consigo um conjunto de renúncias, e você deve abraçá-las em seu viver. Viva sua fé com intensidade.