Estávamos subindo a escada rolante do aeroporto de Natal. Meu esposo estava à frente, abraçado ao nosso filho mais velho, e eu atrás, abraçada ao filho mais novo. De repente, meu caçula deu um sorrisinho e disse: “Mãe, a senhora vai ver, o papai vai chorar!”
Foi exatamente isso que aconteceu. Meu marido começou a chorar abraçado ao filho mais velho, a quem tanto amamos. Naquele dia, nosso filho estava voltando para um outro estado a fim de terminar o semestre na faculdade. Havíamos chegado a Natal, RN, havia alguns dias, no meio do semestre letivo. Como família pastoral, somos acostumados a mudanças, mas aquela era a primeira em que um de nós quatro precisava ficar para trás. E não estávamos habituados a isso.
Já no portão de embarque, Thalles se despediu de seu pai com um longo abraço, dizendo: “Pai, daqui um mês eu volto. E, no final do semestre, volto de vez.” Não sei se isso acalentou o coração de um pai que ama seu filho e que sente sua falta. O que sei é que ele contou cada minuto até que Thalles voltasse para casa de novo. Meu esposo, um homem que perdeu o pai quando pequeno e cresceu sem tão importante afeto, é um pai fantástico que ama seus “meninos”. Alguns meses depois, pude admirar a bela cena do meu filho vindo na direção do pai e abraçá-lo com o mais puro amor.
O pai novamente chorou. Seu filho estava de volta.
Quando me recordo desse período curto em que nosso filho não esteve em casa, me lembro do sentimento de saudade que nos invadia a cada manhã. Fico imaginando o que Deus sente por estar tanto tempo sem nos ter em Sua casa. Como um Pai de amor, Ele sente saudade de nos abraçar e de estar conosco. Eu falo com Deus todos os dias, como numa longa ligação de telefone, mas eu sei que o Meu Deus chora de saudade de mim; afinal, ainda não voltei para casa.
A verdade mais linda que podemos ter hoje é a de que, um dia, estaremos de volta ao lar. Sonho com o momento em que vou sair do salão de desembarque, e O encontrarei. Meu Pai do Céu me receberá com os braços abertos, com o sorriso mais franco e livre que jamais recebi de alguém. E eu… vou poder dizer: “Pai, nunca mais eu saio dos Seus braços.” E ouvirei Sua voz ao meu ouvido dizer: “Eternamente, filha!”
Cybelle Bezerra S. Florêncio