Meu esposo e eu estávamos em um distrito pastoral desafiador. Tínhamos 12 igrejas e diversos grupos. Uma dessas igrejas, por exemplo, ficava a 180 km do local em que residíamos, e o acesso a ela se dava por meio de uma estrada de chão. Além disso, tínhamos que atravessar um rio numa balsa para chegar até lá. Muitas vezes encarávamos estradas estreitas, empoeiradas ou cheias de lama.
Certa vez, nosso fusca atolou. Com barro até no meio da canela, eu o empurrava enquanto meu esposo tentava guiá-lo no volante, pois nosso “fusquinha” poderia facilmente deslizar e bater no barranco ou cair no precipício. Após esse episódio, passamos a levar alguns irmãos para nos acompanhar e orientar, indicando o caminho a seguir e nos ajudando a evitar desastres.
Em outra ocasião, durante um casamento, enfrentamos uma tempestade. Achávamos que a balsa não conseguiria chegar ao outro lado do rio. Havia árvores e galhos caídos no meio do caminho. E, para aumentar ainda mais a aventura, nosso carro rodou na estrada, e o pneu estourou. Esse dia foi inesquecível.
Todas essas experiências me fizeram lembrar do apóstolo Paulo. Ele não possuía os recursos que temos à nossa disposição hoje; porém, fez muito mais do que nós. Na maioria das vezes, viajava a pé ou em velhas embarcações marítimas. Enfrentou diversos perigos em suas jornadas, como rios, tempestades e naufrágios, além de se expor ao perigo de salteadores (2Co 11:25, 26).
Nessas viagens, Paulo foi brutalmente perseguido. Uma vez, foi apedrejado até ser considerado morto. Em Filipos, apesar de ser um cidadão romano, foi despido e apanhou publicamente. No entanto, em vez de reclamar, glorificou a Deus na prisão daquela cidade e ganhou o carcereiro e a família dele para Jesus.
Por causa de sua resiliência e seu comprometimento com o Senhor, Paulo se tornou um modelo para todos nós. Basta, agora, descruzarmos os braços, orarmos a Deus, buscarmos a direção do Espírito Santo e realizarmos a obra que Jesus nos confiou.
Rogo ao Senhor que esteja ao nosso lado em cada uma de nossas “aventuras”, a fim de que nosso ministério seja tão bem-sucedido quanto o de Paulo.
Lucimara Domingues Ribeiro