O mundo ficou chocado ao descobrir que os nazistas, para aplacar a consciência, criaram um programa de desumanização dos judeus. Até mesmo soldados aparentemente insensíveis poderiam ter uma crise psicológica ao se depararem com a tarefa de matar tantas pessoas indefesas. A fim de evitar esse impacto emocional, os oficiais decidiram que os prisioneiros deveriam definhar nos campos de extermínio para, em seguida, serem eliminados como se fossem pragas. O genocídio foi executado quando as vítimas pareciam menos humanas, com semblantes desfigurados.
Nossa maior dignidade é sermos feitos à imagem e semelhança de Deus. O que isso significa? Para alguns, nascemos como ícones racionais e só adquirimos a essência divina ao nos convertermos. Para outros, não há diferença entre as partes. Houve até quem comparasse Adão à Trindade por ser composto de consciência, amor e conhecimento.
De um modo geral, a tendência era unificar ou dividir a natureza humana, incluindo ou não a parte física no processo. O único ponto comum a todas as teses era que, devido ao pecado, essa imagem foi perdida e precisava ser restaurada.
Ao que parece, ambas as dimensões estão presentes aqui. O homem e a mulher foram feitos à semelhança divina tanto na aparência exterior quanto no caráter. Assim como os filhos se parecem com os pais, Adão e Eva se pareciam com Deus.
A perda dessa imagem demandou um plano de salvação que nos desse a oportunidade de voltarmos ao paraíso. Por isso, a intenção de Satanás é desconfigurar ao máximo o que restou da imagem de Deus em nós. Ele faz isso por meio de comportamentos desumanizadores. Basta observar a fisionomia de um viciado, de um invejoso ou de alguém que promove as mais diferentes formas de segregação.
Não se iluda. Infâmia, calúnia e até mesmo uma inflexão de voz são parte da propaganda desumanizadora do diabo. É por isso que Jesus disse: “Quem insultar o seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem o chamar de tolo estará sujeito ao inferno de fogo” (Mt 5:22). Use sua voz hoje apenas para restaurar, não para destruir.