Domingo
27 de setembro
Deus atua de forma particular
Ao Senhor clamo em alta voz, e do Seu santo monte Ele me responde. Salmo 3:4

Na infância, minha irmã Jenny contraiu febre reumática que afetou uma válvula do coração. Depois disso, ela passou a ter problemas cardíacos e teve que ser submetida a algumas cirurgias ao longo de 40 anos. A terceira cirurgia de Jenny seria realizada no estado do Rio de Janeiro, e nós morávamos em São Paulo. Seus dois filhos, André e Anderson, de oito e dez anos, ficaram comigo.

A cirurgia era muito complicada e de alto risco. Os médicos não nos deram muitas esperanças. Acreditei na opinião deles de que ela não sobreviveria e passei a maior angústia da minha vida.

Como a cirurgia estava marcada para a terça-feira, tive a ideia de levar os filhos dela para se despedirem no hospital no domingo. Infelizmente, os planos não deram certo, e fiquei muito desapontada com Deus. Eu queria muito ter ido, pois pensava que seria a última vez que a veríamos. Na segunda-feira iniciamos o dia com o culto, mas eu estava muito chateada com Deus para que aquela meditação me tocasse. Assim que minha filha Camila, de três anos, finalizou a oração, o telefone tocou. Do outro lado da linha estava a Jenny, toda feliz, dizendo que viria para São Paulo. Eu entreguei o telefone para os meninos e me dirigi para o banheiro. Lá, eu fui irônica com Deus, dizendo: “O Senhor é bom mesmo. Não nos levou até ela, mas vai trazê-la para que todos se despeçam.”

Fui buscá-la no aeroporto e não desgrudei dela. Em minha cabeça, tudo soava como despedida. No domingo seguinte, ela teve que voltar. Foi muito difícil a despedida. Dei um abraço tão apertado que não queria soltá-la. Percebendo meu estado emocional, minha mãe foi passar a segunda-feira comigo. Ao final do dia fomos levá-la de volta à sua casa. No caminho, caiu uma chuva muito forte, com pedras de gelo. Pedi à minha mãe que orasse para que a chuva não entrasse em casa, pois eu havia esquecido as janelas abertas.

Enquanto eu voltava, a chuva continuou a cair até que cheguei à rua do meu prédio. Ali não estava chovendo. Entrei, subi pelo elevador e, quando abri a porta do meu apartamento, a chuva começou a cair. Senti Deus falar comigo: “Se nas pequenas coisas Eu escuto você, imagina nas grandes, como uma vida.” Foi como se Ele tivesse tirado com as mãos a angústia que eu sentia.

No dia da cirurgia de minha irmã, eu estava em paz. Passei o dia louvando a Deus.
A cirurgia foi um sucesso, e um mês depois ela voltou para casa viva. Essa experiência me ensinou que Deus atua de forma particular com cada uma de nós. Hoje, saiba que Ele vai atuar com você de forma singular. Clame e Ele certamente a ouvirá!

Marli dos Santos Martins Portugal