Eu nasci em uma família de nove filhos – seis meninos e três meninas. Quatro dos meus irmãos são mais velhos que eu, mas eu sou a mais velha entre as meninas. Por ser mais velha que minhas duas irmãs, lavar e passar a roupa, limpar a casa e cozinhar são tarefas que passaram a ser o meu destino.
Minha mãe também pediu que eu abandonasse a escola e procurasse um trabalho, a fim de ajudar a aumentar a renda da família. Assim, desde cedo, aprendi a fazer bolsas que eram exportadas para Hong Kong, Guam e Estados Unidos. Deus me abençoou com a capacidade de ganhar mais do que uma professora de escola primária. Isso deixou minha mãe muito feliz e agradecida.
Como meus três irmãos mais velhos eram todos casados e tinham casa própria e meu quarto irmão estava quase terminando o curso de Engenharia Civil, ele me aconselhou a voltar a estudar. No início, eu não fiquei entusiasmada, pois achei que já estava velha demais para voltar a estudar. Além disso, meus ex-colegas do ensino fundamental estavam todos na faculdade agora. Eu ficaria com vergonha. No entanto, meu irmão disse que eu não ficaria mais jovem mesmo se não fosse à escola. Fiquei com aquilo na cabeça e decidi voltar a estudar.
Para diminuir meu constrangimento, fui para a escola noturna. Mas optei por não frequentar a escola nas noites de sexta-feira, pois era quando começava o dia de adoração. Uma noite, um dos meus professores me perguntou por que eu sempre faltava às sextas-feiras. Eu contei a ele o motivo. Ele ficou descontente comigo e anunciou que faria os testes apenas às sextas-feiras.
Continuei não frequentando as aulas de sexta, mas eu perguntava todas as segundas-feiras se o professor poderia me dar a prova perdida na sexta anterior. No fim do ano, creio que Deus foi honrado por ter me ajudado a obter a maior média de notas em todas as turmas. Quando me formei no ensino médio com outros 300 alunos, o corpo docente me nomeou para o segundo lugar no quadro de honra.
Quando honramos a Deus, Ele nos abençoa.
Ofelia A. Pangan