Vivemos a era do conhecimento. A internet está lotada da frase: “Saiba mais”; e o conhecimento é o ativo imaterial mais valioso que existe.
Lembro-me nitidamente dos tempos de faculdade. A internet era recém-chegada ao Brasil, a Academia ainda exercia o status de centro do conhecimento. Eu estava encantada com o mundo que se abria diante de mim, com as filosofias e segredos dos grandes artistas da história. Participava das aulas, projetos e exposições do curso de Artes Plásticas, e tudo era fascinante.
Com o tempo, percebi uma coisa: Eu não me encaixava. Não que eu não estudasse ou não conseguisse produzir, não. Mas não me encaixava! Para não ser um “peixe fora d ?água”, eu teria que fazer diferente, teria que viver aquilo, dedicar todo o tempo, imergir nas ideias, me envolver por completo e integralmente. Eu teria que mudar. Sentia-me pressionada, sufocada pela necessidade de uma decisão. Até que decidi.
Sem lágrimas, sem nenhuma cena ou pompa. Em apenas uma fração de segundos, em um pensamento silencioso, minha consciência falou para mim mesma: “Esse não é o meu lugar. Se a arte precisar ocupar o primeiro lugar na minha vida para eu ser uma artista, então eu não serei uma artista.” Entendi que as ideias e filosofias humanistas eram a regra da universidade, mas não a regra da minha vida.
Decidida, não abandonei o curso, apenas troquei a contradição pela certeza de que o primeiro lugar em minha vida já estava ocupado. Concluí a faculdade em um pouco mais de tempo devido às aulas noturnas de sexta-feira. Penso ainda que o momento mais importante da fase universitária foi aquela decisão pontual, que aconteceu voltando da faculdade, em um momento particular entre mim e Deus.
Talvez você pense que joguei fora os anos de faculdade por não me tornar uma artista. A verdade é que os dons para arte não eram meus, foram dados por Deus e sempre houve oportunidade de usá-los servindo à igreja, às pessoas e a mim mesma. O plano de Deus para minha vida não é o sucesso neste mundo, mas o servir. Ainda assim, Ele tem realizado os meus sonhos.
Todo o conhecimento do mundo é insignificante comparado com a onisciência divina; contudo, aceitar ou não os planos de alguém que conhece todos os nossos dias e já deu provas sufi cientes de que nos quer felizes, é uma decisão que cabe a mim e a você. Decida, Deus está falando com você.
Acatiane Matos Pimentel