No fim de 2012, tive a oportunidade de receber uma bolsa de estudos para realizar uma parte de meu programa de pós-doutorado no principal centro de pesquisa da Austrália. Eu e meu esposo começamos a tomar todas as providências necessárias com mais de seis meses de antecedência; em especial, o pedido de visto para residirmos no país durante o período de um ano.

Os desafios foram muitos, mas sentimos que Deus estava nos guiando em cada etapa. Para a liberação do visto, seria necessária a realização de exames com médicos credenciados pela embaixada australiana em São Paulo. Pelo fato de ter escoliose, meus exames tiveram que ser enviados para avaliação na Austrália. Assim, o tempo foi passando, e a data da viagem, se aproximando.

A passagem foi comprada para o dia 27 de janeiro, um domingo; porém, na sexta-feira à tarde, dia 25, ainda não tínhamos resposta do visto. Havíamos conseguido as passagens em promoção; e, se não pudéssemos viajar, só havia vagas para um período posterior ao início de meu programa de estudos. Além disso, teríamos um prejuízo de mais de 5 mil dólares, por conta da troca de passagem e outras reservas que já havíamos feito, um valor que não tínhamos como arcar.

Meu esposo decidiu ligar para a central de vistos australiana para as Américas, que fica no Canadá. A mulher que o atendeu foi muito ríspida. Disse que nosso visto não havia sido emitido, que na Austrália já era noite, e que, portanto, nós não viajaríamos no domingo. Se lá não havia registro da emissão do visto, entendemos que não existia mais possibilidade de viajarmos. Depois de todos os investimentos em tempo e recursos, eu não conseguia entender por que aquilo estava acontecendo.

Comecei a chorar e clamar a Deus. Aproximadamente duas horas depois, alguém ligou da embaixada australiana no Brasil para dizer que estavam tentando conseguir a emissão do visto. Alguns minutos depois o recebi por e-mail. Não pude acreditar. Como Deus é surpreendente!

Como no caso da promessa feita a Abraão e Sara, quando achamos que tudo estava perdido, o Deus do impossível nos lembrou de que Ele está sempre no controle de tudo. Naquele sábado, pudemos desfrutar os momentos sagrados na certeza de que Deus cuida de nós o tempo todo e supre nossas necessidades.

Ana Carolina Vasques Freitas