Curiosamente, muitos cristãos pensam que, quando Jesus Se referiu aos dois senhores do texto de hoje, Ele estava falando de Deus e do diabo. Nesse verso, porém, não é o diabo quem rivaliza com Deus, mas o dinheiro. Isso é fácil de entender quando você olha ao redor e percebe que há mais pessoas devotas ao consumismo que ao satanismo. 

O ser humano tem uma inclinação para ter medo do diabo, mas, na mesma medida, tem o impulso de ter desejo pelo dinheiro. É por isso que a riqueza rivaliza com Deus. Afinal, o Senhor não quer ocupar o lugar dos nossos medos, mas dos nossos desejos, uma vez que estes nos impulsionam mais que qualquer coisa. 

Adam Smith nos ajuda a compreender como o dinheiro ganha nossa devoção. Ele diz: “O verdadeiro valor das coisas está no esforço e nos obstáculos que enfrentamos para adquiri-las.” Quer saber se seu dinheiro virou Mamom? Pense em tudo o que você tem sacrificado para consegui-lo: tempo com a família, saúde física e mental, desgaste emocional, etc. Agora avalie quanto desse desgaste é para a obtenção de luxo. Por fim, pense em quanto do seu dinheiro é partilhado com a causa do evangelho ou com o auxílio ao próximo. Se a quantia é inexpressiva, você tem servido mais ao dinheiro do que ele tem servido a você. 

Em nossos dias, somos tentados a acreditar que o dinheiro não é um assunto espiritual, mas isso definitivamente não está de acordo com a Bíblia. O Novo Testamento dedica 215 versículos para abordar o tema da fé, 218 para tratar de salvação e 2.084 para se referir ao dinheiro. A atenção que Jesus deu ao tema mostra sua extrema relevância para a vida espiritual. 

O romancista inglês Henry Fielding disse: “Se tratares o teu dinheiro como teu Deus, logo ele te atormentará como um demônio.” Assim, o problema não está em você possuir dinheiro. O problema existe quando o dinheiro possui você. Quem, de fato, é o seu Deus?