Terça-feira
04 de março
DEVAGAR, POIS TENHO PRESSA
Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu. Eclesiastes 3:1

Às sextas-feiras pela manhã, eu, Everton, pegava carona com um professor de Direito. O trajeto até a faculdade tinha poucos pontos de ultrapassagem, e ele sempre dirigia bem devagar, fazendo uma fila de carros atrás de nós. Certo dia, tomei coragem e perguntei: “Professor, por que o senhor dirige tão devagar?” Com um olhar sereno, ele me respondeu: “Sigo o exemplo de Dom Pedro II, que sempre dizia aos seus cocheiros: ‘Devagar, pois tenho pressa. Desse modo, consigo contemplar o belo rio que fica à nossa direita e evito acidentes que poderiam atrasar a viagem.’”

Esse caso me lembra a história que minha mãe contou sobre meu pai, que sempre caminhava rápido para a faculdade de Teologia. Mas um dia ele se perguntou: “Estou tão rápido! Será que Jesus está me acompanhando?” Depois disso, ele passou a andar mais devagar.

Vivemos em uma sociedade apressada. Temos tantas coisas para fazer que passamos o dia correndo. Nenhum momento pode ser perdido. Mesmo nas filas, ficamos vidrados nos smartphones, aproveitando o tempo para resolver outras pendências. Quando recebemos um áudio com mais de um minuto de duração, ficamos incomodados. Ouvimos a mensagem com a velocidade de reprodução dobrada; isso porque ainda não disponibilizaram a opção para triplicá-la. Estamos atolados em um lamaçal de compromissos.

A tecnologia tem reduzido o tempo de realização de várias atividades; mas, mesmo assim, continuamos sem tempo. Por que corremos tanto? Para que toda essa pressa? Acredito que essa correria desenfreada é mais uma das ciladas do inimigo. O objetivo dele é que tenhamos menos tempo para a comunhão. Não podemos nos deixar levar por essa corrente de irracionalidade.

Salomão escreveu que há tempo para tudo na vida. Por isso, quando for organizar o seu dia, coloque a comunhão em primeiro lugar, e Deus o ajudará nas demais atividades diárias. Além disso, lembre-se de não se compromissar com mais coisas do que é capaz de fazer.