Houve, certa vez, uma discussão na qual um fiel não concordou com o elogio que o pregador tinha feito à figura de Eva. Para ele, a mulher deveria ser inferior, pois foi criada da costela de Adão e formada depois dele.
O pregador tentou explicar que o fato de Eva ter sido criada a partir da costela indicava igualdade no Gênesis. Ela não veio da cabeça de Adão para dominá-lo nem dos pés para ser pisada. Ela foi tirada do lado para ser sua companheira. Além disso, o fato de ter sido criada depois não significa muito, considerando que o homem também foi criado depois dos animais e nem por isso era inferior a eles.
O Gênesis não desqualifica a mulher perante o homem. A ordem para que ela se sujeitasse ao marido foi uma condição necessária para a procriação após a queda. Se não houvesse a sujeição de um ao outro, eles se separariam para diferentes partes do planeta e não haveria descendência para contar a história.
Mesmo sendo a primeira a comer do fruto, Eva se tornou o canal de esperança da humanidade. Em Gênesis 3, após anunciar as consequências do erro que cometeram, Deus disse que um Salvador seria enviado para reverter a sentença de morte. E de onde Ele viria? Do ventre da mulher.
Assim, era de Eva que sairia o Doador da vida, com a tarefa de pisar na cabeça da serpente. Foi por isso que Adão deu à sua mulher o nome de Eva, que quer dizer “aquela que carrega a vida”. A “semente da mulher” traria de volta a vida eterna que ambos haviam perdido. Ser mulher e mãe, mesmo sofrendo dores para dar à luz, deixou de ser um castigo para se tornar um privilégio. Ela era, aos olhos do homem, a compensação de sua perda, o antídoto para sua doença, a esperança para a realidade.
O fruto do ventre de uma mulher salvaria a humanidade e permitiria a celebração deste dia voltado para elas. Por isso, parabéns a todas pelo Dia Internacional da Mulher. Que cada uma de vocês seja, de um modo ou de outro, portadora da vida, vivendo em seu corpo o sentido do nome de Eva.