Sábado
02 de setembro
Dias enfadonhos
Não é óbvio que Deus, deliberadamente, escolheu [...] mulheres que a sociedade despreza [...], escolheu gente do tipo “zé-ninguém” para desmascarar as pretensões vãs dos que se julgam importantes? [...]. Tudo que temos – cabeça no lugar, vida correta, pecados perdoados e novo início – vem de Deus, por meio de Jesus Cristo. 1 Coríntios 1:27, 28, 30, A Mensagem

Acordei nesta manhã, como muitas mulheres laboriosas, temendo pisar na balança do banheiro, preocupada com as escolhas de hoje e o programa de amanhã, e abominando minha rotina autoimposta. Instantaneamente deprimida pelo tédio da minha existência, deixei que a mente vagueasse para dentro de lembranças com as quais, talvez, eu pudesse me animar. Lembranças de viagens, aventuras, aprendizado na escola, independência, festas e possibilidades. À semelhança dos fogos de artifício de curta duração, elas rapidamente viraram fumaça enquanto eu espiava o céu ainda escuro do outro lado da minha janela, e caí de novo na cama, de onde fixei os olhos nos números vermelhos do relógio despertador. O que me acontecera? Naquele tempo dos meus 20 e poucos anos, eu sabia o que queria, e fazia com que as coisas acontecessem. Eu era forte. Cheia de energia. Confiante.

Senhor, implorei em silêncio, como foi que me tornei tão medíocre, tão chata? Não tens algo exclusivo para mim, que traga sentido à minha existência maçante?

Então me lembrei de Joan, uma cordial conhecida de minha igreja da infância, na Virgínia Ocidental, a qual confidenciou certa vez: “Um dia eu a observava na igreja, quando você tinha, quem sabe, uns 16 anos. Não me lembro se você fez oração ou estava cantando, mas fiquei muito emocionada ao ver uma jovem participando do culto, com uma postura tão equilibrada. Depois”, continuou ela, “lembro-me de ter desejado que minha filha de 13 anos se tornasse como você, algum dia.”

Como pôde essa mulher ter enxergado através de minhas lutas da adolescência, com desordem alimentar, autoestima baixa, fadiga por trabalhar tanto para poder pagar meus estudos, e preocupações quanto a que cor de brilho para os lábios escolher? Contudo, de algum modo, Joan enxergou além do meu exterior e me admirou pelo meu simples ato de adorar a Deus!

Então, restaurada, agradeci-Lhe por ter me feito recordar que nada do que fazemos é comum. Não é o que fazemos que mais importa. O que mais importa, especialmente em dias de tédio, é quem nós somos – filhas de Deus. Ele usa nossa simplicidade para inspirar justificados anseios em outras pessoas. Louvado seja Deus pela simplicidade da vida – que Ele use nossos dias enfadonhos para inspirar as pessoas ao nosso redor.

Wendy Williams