Depois de um silêncio longo e constrangedor, a mulher que encontrei inesperadamente na mesa durante o retiro feminino perguntou gentilmente sobre uma amiga em comum. Ela explicou como conhecia aquela pessoa e, depois, ficamos em silêncio novamente. Mais tarde, ouvimos um sermão sobre a luta de Ana para engravidar e como Deus a abençoou com um filho. Durante o jantar, nós, mulheres, discutimos o sermão. A senhora (com quem tive um problema anos antes) abriu o coração sobre suas dificuldades para criar os filhos e sobre seu doloroso divórcio. Perguntei a ela quanto tempo ela foi casada. Trinta anos, ela respondeu.

Uau! Era isso! Nosso assunto em comum, nossos divórcios dolorosos.

Contei que eu havia sido casada por dezoito anos. Enquanto contávamos sobre nossos divórcios, eu ouvi sua dor. Percebi que, independentemente das diferenças que possamos ter com os outros, existe algo que nos conecta a todos. A dor. Enquanto eu ouvia, me esqueci completamente de como ela havia me tratado antes. Eu disse a ela que Deus cura e restaura. Ela disse que demorou muito para se recuperar, antes de casar novamente com “o amor da minha vida…” e então perdê-lo depois de apenas alguns anos. A dor em seus olhos me comoveu profundamente. Percebi que Deus havia usado minha amiga para iniciar algo que eu provavelmente teria evitado: o desfecho daquela situação entre mim e a mulher. Nos dias seguintes, refleti sobre os acontecimentos daquele dia. O sermão sobre Ana e a experiência com uma antiga “adversária” me levaram para mais perto de Deus.

Como mulheres, nem sempre apoiamos umas às outras. Encontramos falhas umas nas outras. O que nos impede de apoiarmos umas às outras?

Também percebi que o problema que aquela senhora teve “comigo” no passado não era realmente sobre mim. Ela estava mais chateada com outra pessoa e eu simplesmente fui incluída na situação. Eu achava que a tinha perdoado quando ela se desculpou havia alguns anos, mas, claramente, não tinha, pois a vinha evitando. Mas, depois daquela conversa, eu parei de evitá-la. Tomei a decisão de não me apegar mais ao passado. Eu entendi a lição que Deus queria me ensinar. Lição aprendida.

Paula Sanders Blackwell