Era o outono de 2005, e eu estava na Espanha participando de um programa de intercâmbio estudantil. Embora eu tivesse uma pequena bolsa de estudos, ela não era suficiente para cobrir todos os meus gastos. Eu estudava bastante e fazia o que eu podia para conseguir boas notas.

Não me lembro se foi no começo ou no fim do mês. Só sei que eu havia gastado praticamente todo o meu dinheiro e não tinha como receber assistência financeira nos próximos dias. Eu havia sido sempre fiel em devolver meu dízimo, mas estava enfrentando sérias dúvidas naquela época. Eu sabia que, quando eu devolvesse meu dízimo, não teria mais dinheiro algum, então eu estava bastante preocupada. Por ter crescido em uma família cristã, eu frequentemente ouvia meus pais falando sobre “provar a Deus”. Aquilo soava estranho aos meus ouvidos, mas nunca havia ousado fazê-lo. Naquele momento, após ter devolvido meu dízimo, eu disse: “Senhor, realmente não vejo como poderá me ajudar desta vez. Nem eu consigo acreditar nisso; mas, por favor, faça alguma coisa se o Senhor puder.”

Então uma mulher se aproximou de mim na igreja naquele sábado. Nunca tínhamos nos falado antes, mas ela veio diretamente até mim e perguntou:

— Você é a Bilyana? Tenho algo para você.

Fiquei perplexa quando ela me entregou um envelope, explicando que havia acabado de retornar de uma viagem missionária ao Kênia. Lá ela havia encontrado um pastor americano que havia lhe dito que tinha um amigo cuja filha estava em algum lugar da Espanha, e que ela faria bom uso do dinheiro no envelope. Fiquei sem palavras. Eu nunca havia encontrado o pastor americano a que essa mulher se referia. Além disso, eu não havia mencionado aos meus pais os meus problemas financeiros porque eu não queria deixá-los preocupados. Não havia modo algum de qualquer pessoa estar ciente dos desafios que eu estava enfrentando, pois eu não havia compartilhado minhas preocupações com ninguém. Pegando o envelope, eu simplesmente disse “obrigada” e saí correndo de lá com os olhos cheios de lágrimas. Abri o envelope com as mãos trêmulas e, dentro, encontrei a quantia exata de dinheiro que eu precisava para o mês seguinte. Eu chorava e agradecia a Deus.

Eu havia simplesmente feito uma pequena oração, sem nem acreditar muito. Agora eu creio!

Bilyana Stoykova