Sábado
14 de março
Ele sempre está perto
Verdadeiramente Tu és um Deus que Te escondes, ó Deus e Salvador de Israel. Isaías 45:15, NVI

Embora nosso texto de hoje mencione “um Deus que Se esconde”, na realidade, o sentido da expressão remete ao mistério que geralmente envolve os atos divinos. Israel ocupava um lugar especial nos planos do Senhor, mas as demais nações não estavam excluídas do plano da salvação. O propósito divino era que, influenciados pelas bênçãos concedidas a Israel, outros povos fossem atraídos ao Supremo Doador, reconhecendo-O como verdadeiro Deus. Maravilhado com a profundidade dos propósitos divinos, o profeta sentiu-se incapaz de entendê-los e exultou: “Verdadeiramente és um Deus que Te escondes, ó Deus e Salvador de Israel.” Pelas mesmas razões, e com o mesmo sentimento, Paulo exclamaria mais tarde: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis, os Seus caminhos!” (Rm 11:33).

Contudo, diante das realidades da vida, talvez a sutil diferença de termos não mude a limitação humana em seu anseio pela clara intervenção de Deus nas horas escuras da existência. É certo que há ocasiões em que ficamos maravilhados diante do caráter das manifestações favoráveis a nós. Mas, quantas vezes ficamos sem entender Seus propósitos, tendo a impressão de que Ele não estava presente em momentos quando mais necessitávamos sentir Sua presença? Talvez, diante de alguma tragédia envolvendo terceiros. Quem sabe, ao ver a injustiça prevalecer. Ou quando, em meio a alguma forte tempestade existencial, oramos para que o Senhor pusesse fim à tormenta, mas pareceu-nos estar clamando em vão?

Esse é o momento em que a fé e a confiança precisam ser exercitadas, pois embora não entendamos o que esteja acontecendo, o inventário da nossa vida nos informa que Deus está presente, em toda e qualquer circunstância.

Em certa ocasião, Davi andava como fugitivo pelo deserto. Longe de Jerusalém, desejou sentir a presença de Deus: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por Ti, ó Deus. […] Por que Te esqueceste de mim?” (Sl 42:1, 9, NVI). A calma que o envolveu, em seguida, foi a prova de que ele não estava só. O Senhor não estava oculto aos olhos da fé, muito menos havia Se esquecido dele: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda O louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu” (v. 11). Se isso aconteceu com Davi, por que não aconteceria comigo e com você?