No livro A Dádiva da Dor, o cirurgião Paul Brand narra a sua incrível experiência nos leprosários da Índia e Nova Guiné. Em suas palavras: “A lepra há muito provoca um medo que chega às raias da histeria, principalmente por causa das terríveis deformações que pode provocar se não for tratada. O nariz dos pacientes leprosos encolhe, as orelhas incham e com o passar do tempo eles perdem os dedos e juntas, a seguir, as mãos e os pés. Muitos também chegam a ficar cegos.”
O que mais chamou a atenção do médico, porém, foi notar que muitos leprosos colocavam as mãos no fogo ou em artefatos pontiagudos e não sentiam dor. Com essa experiência, Brand refletiu sobre a importância da dor, que deve ser encarada de forma positiva, pois nos adverte que algo está errado.
Nos tempos bíblicos, a lepra era uma doença extremamente temida, por ser contagiosa e incurável. Além de deformar o corpo, a lepra bania os doentes do convívio social. O destino de um leproso era deixar a família, os amigos e passar o resto da vida com outros leprosos. No contexto de Israel, somava-se ainda a questão religiosa, que via o paciente como alguém “imundo”.
Era uma crença popular entre os judeus que a lepra sobrevinha como castigo divino, assim como a cegueira de nascença. Diante desse prognóstico, a maioria dos leprosos não fazia o menor esforço para buscar alívio ou cura. O que restava era abaixar a cabeça e aceitar “o açoite” divino.
Porém, a Bíblia diz que um leproso se aproximou de Jesus e, lançando- se aos Seus pés, suplicou a cura. Imagino muitas pessoas fugindo da cena grotesca. Mas Jesus permaneceu no mesmo lugar e, profundamente compadecido, tocou o leproso dizendo: “Fique limpo!” O toque do Criador transformou a carne apodrecida daquele homem na pele de um bebê. O milagre de Jesus foi tão completo que lhe devolveu a saúde, a família, a aprovação cerimonial e, inclusive, a possibilidade de sentir dor.
Todos nós precisamos do toque de Jesus. Assim como a lepra, o pecado tem nos afastado de Deus e das pessoas. Vá a Jesus agora e peça para Ele dar a cura, a paz e também a capacidade de sentir a dor de viver longe da casa do Pai.