Elevador é um lugar estranho. Uma caixa de ferro onde encontramos gente desconhecida que nos acompanha em uma pequena viagem para cima ou para baixo. Nela, as pessoas não se tocam, não se falam, não se olham. Costumam assistir, mudas, ao espetáculo dos números luminosos que acendem e apagam.
Elevadores são uma parábola do mundo que criamos para nós – um lugar lotado, impessoal, onde anonimato, isolamento e independência são a regra e a doença. Na geração dos relacionamentos descartáveis, envolvimento de verdade é cada vez mais raro. Uma das tragédias de nossos dias é a fragilidade das relações embalada em explicações vazias, como a pressão do tempo, as exigências do trabalho e as crises pessoais. Passamos pela vida assim, nulos, sem dividir nem somar. Em geral, não conhecemos nossos vizinhos nem as histórias das pessoas com quem convivemos. Nós nos tornamos especialistas em manter distância para evitar contato com a intimidade. Não desejamos saber dos problemas, das dores e das necessidades dos outros porque, no fundo, não queremos que ninguém interfira em nossa vida.
Cristo viveu de modo diferente. Ele veio ao mundo revelar o verdadeiro caráter de Deus. Por isso, parou para ouvir os lamentos de cegos, tocou leprosos, deu atenção às histórias de pessoas sofridas, comeu com quem não tinha companhia e lavou pés empoeirados. Jesus não era do tipo apressado, que deixa para falar depois. Não tinha secretária nem marcava hora. Não vivia essa vida parecida com o que acontece dentro de elevadores.
E você? O que acha de resgatar as refeições sem o celular, as noites em família? Que tal encontrar ocasiões para se envolver de forma real com pessoas necessitadas, em vez de apenas orar por elas? Aqui vai um checklist de coisas simples que você pode colocar em prática nos próximos dias:
Mais rostos, menos telas. Mais paisagem, menos postagem. Mais histórias, menos stories. Mais risos, menos reels. Mais música, menos crítica. Mais oração, menos reclamação. Mais família, menos famosos. Mais vida, menos views.
Experimente isso. E, na próxima vez que entrar em um elevador, sorria.